terça-feira, 15 de outubro de 2019

A Crise


Um homem vivia à beira de uma estrada e vendia cachorro quente. Ele não tinha rádio, televisão e nem lia jornais, mas produzia e vendia bons cachorros quentes. Ele se preocupava com a divulgação do seu negócio e colocava cartazes pela estrada, oferecia o seu produto em voz alta e o povo comprava.

As vendas foram aumentando e cada vez mais ele comprava o melhor pão e a melhor salsicha. Foi necessário também adquirir um fogão maior para atender à grande quantidade de fregueses e o negócio prosperava... Seu cachorro quente era o melhor de toda região! Vencedor, ele conseguiu pagar uma boa escola ao filho.

O menino cresceu e foi estudar Economia numa das melhores faculdades do país. Finalmente, o filho, já formado, voltou para casa, notou que o pai continuava com a vidinha de sempre e teve uma séria conversa com ele:

-- Pai, então você não ouve rádio? Você não vê televisão e não lê os jornais? Há uma grande crise no mundo. A situação do nosso país é crítica. Está tudo ruim. O Brasil vai quebrar.

Depois de ouvir as considerações do filho estudado, o pai pensou: "Bem, se meu filho estudou economia, lê jornais, vê televisão, então só pode estar com a razão."

Com medo da crise, o pai procurou um fornecedor de pão mais barato (e, é claro, o pior) e começou a comprar salsicha mais barata (que era, também, a pior). Para economizar, parou de fazer seus cartazes de propaganda na estrada. Abatido pela notícia da crise, já não oferecia o seu produto em voz alta...

Tomadas todas essas "providências", as vendas começaram a cair e foram caindo, caindo, e chegaram a níveis insuportáveis. O negócio de cachorro quente do velho, que antes gerava recursos até para fazer o filho estudar Economia, quebrou.

O pai, triste, então falou para o filho.

-- Você estava certo, meu filho, nós estamos no meio de uma grande crise.

E comentou com os amigos, orgulhoso:

-- Bendita a hora em que eu fiz meu filho estudar Economia. Ele me avisou da crise...

A escada de Jacó

“E (Jacó) viu em sonhos uma escada posta sobre a terra, cujo cimo tocava o céu, e os anjos do Senhor subindo e descendo por ela, e o Senhor apoiado na escada (...).”

“(...) Tendo Jacó despertado do sonho, disse: (...) Não há aqui outra coisa senão a Casa de Deus e a porta do céu. " (Gênesis, XXVIII)

Que escada maravilhosa é essa que une o céu e a terra? Que verdades ela nos revela? Que virtudes descem e sobem por ela? Que maravilhas, que harmonias ela encerra?

Escada Larga, majestosa e altíssima, feita da pedra mais pura e sublimada, cujos primeiros degraus tocam a terra, e cujo cimo está no alto dos céus. Esta é na verdade a escada da salvação, por onde descem para nós os anjos de Deus, e por onde devemos galgar para nos unirmos a Deus que nela se apoia.

Esta é a escada da verdade. Ela representa a revelação que Deus nos fez pela Sagrada Escritura. Por ela baixam até nós as verdades luminosas que nos conduzem ao paraíso. Esta é a escada da verdade, e portanto da Igreja, que une a terra ao céu. Por seus degraus descem os dogmas revelados por Deus e confirmados pelo Magistério infalível de São Pedro.

Por ela sobem as verdades de fé, as doutrinas ensinadas pelos santos doutores e aprovadas pela tradição católica.

Está é a escada pela qual a Sabedoria de Deus desceu dos céus até nós. Ela é pois figura de Nossa Senhora, Virgem que percorreu os caminhos da Judéia, e cuja alma tocava, o trono de Deus. Santa Virgem que, por ser filha de Jacó, tocava a terra, e por ser Mãe de Deus, tocava o céu. Santa Maria, trono da Sabedoria em que Deus repousa e se apoia amorosamente:

"Maria Régis solium Dei reclinatorium Trinitatis triclinium Sanctitatis palatium"

Se esta é a escada da verdade, ela tem que representar Nosso Senhor Jesus Cristo, verdade, caminho e vida. Verbo de Deus encarnado. Ela toca o solo porque Ele se fez homem, do mesmo pó de que Adão foi formado. Ela toca o céu porque Ele possui também natureza divina, e sua Pessoa é a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade.

E a escada de Jacó é a figura da Encarnação, escada pela qual Deus veio até nós, e pela qual os homens podem oferecer a Deus tudo o que fazem "per Ipsum, in ipsum, cum Ipsum”.

Esta é a escada das virtudes e da santidade. Como tal de novo ela pode ser aplicada à Sagrada Escritura e à Santa Igreja, porque todas as virtudes nos vem da revelação e da Igreja, através dos sacramentos.

Com mais propriedade ainda ela se aplica a Nossa Senhora, como medianeira de todas as graças. Por que não há bem, algum que nos venha de Deus e que não passe por ela. São Bernardo a chama "o colo da Santa Igreja" pois que é a união entre sua cabeça e seu corpo, e necessariamente todas a graças de Cristo nos vem por meio dela. Por ela Cristo veio ao mundo, por Ela necessariamente é preciso ir até Cristo. Esta é a escada maravilhosa que, conforme São Luís de Montfort, a Sabedoria utilizou para vir até nós, e portanto é o caminho mais sábio, curto, seguro e perfeito para se alcançar o céu.

E com quanta razão Jacó disse que nela não havia outra coisa senão a casa de Deus e a porta do céu! Pois Maria é a Domus Dei, Domus Áurea, em que Jesus habitou realmente ao se encarnar. Ela é a Janua Caeli, porta do céu, porque por ela Deus veio até nós, e por ela chegaremos até Deus.

Esta escada das virtudes é a figura de Cristo, Deus três vezes santo, e modelo de todo homem. Escada da redenção, porque pelos merecimentos de Cristo é que somos salvos, porque todas as graças são graças de Cristo.

Esta escada é a figura da Cruz, cravada no solo e levantada aos céus, sobre a qual e pela qual todas as virtudes de Deus vem até nos, Cruz pela qual nossas virtudes sobem até o Altíssimo.

Ela representa Nosso Senhor com suas virtudes tão contrastadas e tão harmônicas. Deus infinito a quem os ventos obedeciam e que era obediente a José e a Maria. Ele tocava o solo como o bom pastor em busca da ovelha perdida, mas lançava os maus por terra apenas ao dizer "ego sum ". Ele, que perdoava a pecadora arrependida e que como juiz terrível clamava aos fariseus "Vae vobis ."

Ele é a escada de Jacó por sua generosidade celestial ao se fazer alimento de nossas almas e tonar a terra ao multiplicar os pães e peixes.

Esta é a escada das maravilhas e das harmonias entre o céu e a terra, pois, que é a beleza senão "o eterno no passageiro", "o infinito no limitado", "o inefável no definível"?

Deus ao criar o universo, fê-lo a sua imagem e semelhança, de tal modo que cada coisa refletisse Suas virtudes infinitas em certa proporção.

Assim, "do pequeno grão de areia até a Santíssima Virgem" há uma imensidade de degraus, todos eles belos e refletindo a Deus, que é "a beleza de tudo o que e belo ". E há uma escada das belezas e maravilhas do universo, que leva a alma da terra ao céu. Em cada ser belo há um convite para amar a Deus, uma saudade do infinito para o qual fomos criados, há um desejo de absoluto.

E então se compreende porque Jacó afirmou que "não há aqui outra coisa senão a casa de Deus e a porta do céu ". Pois isto, e apenas isto, é o universo: um chamado, um apelo para amar o Criador. E o Universo é a casa de Deus, porque ai Ele reside por Sua Sabedoria, Sua Bondade e Sua Beleza. E o Universo é a porta do céu porque é ao contemplá-lo que nós conhecemos a verdade, e é amando retamente o bem finito que poderemos desejar e amar a Deus, infinito sobre todas as coisas.

E ao contemplar o universo, Nossa Senhora, a Igreja e Jesus Cristo, nossa alma estará, subindo pela escada de Jacó, atravessando a porta dos céus, e habitando a casa de Deus.

A Estratégia da Rebelião


Na primavera de 1943, o oficial comandante de um destróier japonês subiu a bordo do navio de combate Musashi, identificou-se e pediu uma audiência com o almirante Yamamoto. O imediato olhou para ele como se o pedido não fizesse o menor sentido. Houve um silêncio embaraçoso. Finalmente, o imediato pediu que o oficial o acompanhasse. Ele o conduziu por um labirinto de corredores e escadas até os aposentos do oficial da armada. Só então o visitante percebeu que havia algo errado, tragicamente errado.

Dentro da cabine suavemente iluminada do almirante Yamamoto havia uma mesa comprida e sobre ela sete esquifes cobertos de incenso. O almirante Yamamoto, comandante supremo da marinha japonesa, estava morto. O almirante, alguns dias antes, havia decidido visitar as instalações japonesas nas Ilhas Salomão. Ele planejou a viagem cuidadosamente e um itinerário detalhado, em código, foi enviado por rádio para cada base japonesa para que pudessem se preparar e acompanhar o almirante em sua visita.

Sem que o alto comando em Tóquio soubesse, os americanos tinham decifrado o código japonês. Eles estavam na escuta e anotaram os detalhes do itinerário. Alguém, comentando o incidente, conta o que aconteceu: "Naquela ocasião, em um dia de abril, um jovem piloto de caça chamado Tom Lanphier entrou em seu P-238, ligou os motores, e se dirigiu até a movimentada pista de Guadalcanal. Durante várias horas, sua esquadrilha voou de norte a oeste, vasculhando os céus em busca de algum sinal do vôo de Yamamoto, e perto da Ilha Bougainville eles avistaram seus aviões. Aceleradores e hélices foram ajustados, botões das metralhadoras ativados, e os caças americanos ficaram prontos para disparar.

Lanphier começou a disparar suas balas no espectro que ia crescendo na mira de sua metralhadora. E para o excelente piloto japonês veio a agonia de um avião não respondendo mais ao controle. A asa direita se soltou, e um vidro frontal despedaçou-se pouco antes da escuridão total. O comandante supremo da marinha japonesa estava morto. Por quê? Porque os planos e a estratégia dos japoneses não eram mais segredo!

Você sabia que possui ao seu alcance um documento que contém os detalhes da estratégia de uma rebelião na qual você também está envolvido?

O terceiro capítulo de Gênesis é muito mais do que um breve relato da queda do homem, é a revelação dessa estratégia. Olhando-se atentamente você poderá entender facilmente a estratégia usada no Éden; ela permanece a mesma desde aquele tempo até agora. E é importante que todos nós saibamos que essa estratégia ainda é usada hoje.

O plano tão engenhosamente concebido não foi produto da mente humana. Ele foi concebido por uma mente incrivelmente inteligente, a mente de um anjo rebelde. Esse plano foi tão eficaz naquele primeiro encontro com a raça humana que nunca foi mudado! A queda do homem de sua elevada posição foi a maior tragédia que esta planeta já conheceu. Mas o instigador da tragédia espertamente a desmereceu, ridicularizou-a, ao ponto de impressionar a mente de milhões, convencendo-os de que aquilo que aconteceu no Éden não passou de um mito e que a queda do homem foi uma piada. "O Jardim do Éden? Onde Eva comeu a maça?" E em seguida um sorriso sarcástico. Quem acredita nisso? Milhões jamais leram a história. Eles se surpreenderiam ao saber que não há qualquer menção na Bíblia, no livro de Gênesis.

Jamais passou pela mente dessas pessoas que os problemas que enfrentamos começaram com um escolha deliberada por parte de duas pessoas reais em um jardim igualmente real que poderia ser chamado de paraíso. O instigador da rebelião não quer que a queda do homem se pareça realmente com uma queda. Se você duvida do sucesso da propaganda, considere isto: quase todas as escolas ensinam, como fato estabelecido, que o homem evoluiu sempre, desde o princípio, no obscuro passado. Segundo elas, o homem jamais caiu. Você entende? Não existe lugar na teoria da evolução para a queda do homem. E é claro, se o homem jamais caiu, ele não precisa de um Salvador. Ele pode se arranjar muito bem sozinho.

A experiência do Éden, em algumas versões da propaganda do anjo rebelde, é admitida livremente como fato. Mas é louvada como a corajosa quebra de todas as restrições por parte do homem, como se fosse a sua declaração de independência. Um triunfo em lugar de uma tragédia. Seja qual for o raciocínio, a expulsão de nossos primeiros pais geralmente é vista como uma coisa muito, muito trivial. Precisamos examinar o terceiro capítulo de Gênesis mais profundamente. Precisamos descobrir o que realmente aconteceu. Só assim entenderemos o seu significado. Mas primeiro precisamos do apoio de dois versículos do segundo capítulo de Gênesis.

"E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente; mas da árvore da Ciência do Bem e do Mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás." Gênesis 2:16 e 17. Muitas pessoas acham que Deus estava sendo um pouco exigente, injusto, em punir nossos primeiros pais e por conseqüência em nos punir também, por uma ofensa tão trivial como comer uma frutinha. Foi mesmo trivial?

Se Adão e Eva estivessem sem comida, com fome, a tentação de desobedecer a Deus poderia ter sido forte. Mas por todo o jardim havia árvores carregadas com frutos deliciosos. Apenas uma árvore estava proibida. Eles tinham liberdade para comer de todas as outras. Mas por que Deus proibiu que comessem do fruto de uma determinada árvore? Seria venenoso? Não. Deus não faz fruto venenoso. A restrição foi feita porque havia uma razão importante. Deus queria que eles vivessem para sempre. Mas não concederia a imortalidade ao homem e à mulher até que tivesse certeza de que lhes poderia ser confiada a vida eterna. Deus teria uma raça de imortais rebeldes nas mãos.

Teria que haver um teste. Era preciso que houvesse alguma regara que pudesse ser quebrada, algum mandamento que pudesse ser desobedecido. Teria que haver uma escolha. Uma decisão entre o certo e o errado. Sem essa escolha, a obediência deles não significaria nada. Seriam robôs!

Muitos crêem que Adão e Eva foram criados imortais, e que nós temos uma alma que não morre. Mas Deus disse claramente a Adão que a morte seria o resultado da desobediência. E Deus iria dizer isso a ele, se o tivesse criado imortal? Teria dito isso se fosse impossível para ele morrer?

Comer um frutinho parece uma pequena ofensa, mas a restrição também é pequena. Isso torna o desrespeito a ela t