A Igreja Romana tem ensinado há séculos que os santos e Maria intercedem pelos fiéis; ora, se eles estão mortos e seus espíritos são invocados isso é invocação de pessoas que já morreram e isso é pecado (Is. 8.19). E essa prática, parece mais com o espiritismo do que com o cristianismo. Além do mais, há um só mediador ou intercessor entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem (I Tm. 2.5).
Os católicos romanos insistem em dizer que não adoram nenhuma imagem, nenhum objeto e nenhuma pessoa humana, mas só a Deus, porém, na prática não é isso que se verifica. Os intelectuais romanistas, tal como seus colegas budistas, dizem que as imagens de escultura são apenas memórias de qualidades dignas de emulação, de santos ou heróis espirituais, o que, presumivelmente, ajudaria os religiosos sinceros a copiarem tais virtudes. Entretanto, o povo comum não é sofisticado o bastante para separar a imagem da adoração, à autêntica distinção entre a adoração e veneração. O resultado disso é que a idolatria se tomou muito comum na Igreja Católica, tanto no Oriente como no Ocidente.
Para a teologia católica, a imagem seria apenas um memorial de alguma verdade ou pessoa espiritual; e a veneração assim prestada seria dirigida àquela verdade ou pessoa, e não à imagem propriamente dita. Entretanto, popularmente, as pessoas realmente veneram às próprias imagens, e a cuidadosa distinção entre adoração e veneração é forçada ao máximo, para dizermos o mínimo. Na verdade, a veneração de imagens, nas igrejas do Ocidente do Oriente, que foi tão vigorosa e corretamente repelida pela Reforma Protestante, é precisamente aquilo que os judeus e os islamitas diziam - é idolatria. Esse é um dos maiores escândalos da cristandade. Teólogos católicos romanos têm chegado ao extremo de afirmar que os objetos materiais se assemelham as entidades dotadas de espírito, capazes de atuar como pontes de ligação entre o que é material e o que é espiritual. Assim, não se trata apenas da imagem em si, mas o que está por trás delas. Se os que morreram não podem interceder pelos vivos, e nem voltar para a terra (Lc. 16.19-31; I Tm. 2.5; Hb. 9.27), como fica a situação dos romanistas que pedem ajuda, proteção e mediação aos santos e Maria? Não estariam eles invocando espíritos? Se os mortos em Cristo estão com Cristo, e os que morreram em pecado estão no Hades, quem pode responder essas invocações e orações? Não seriam os espíritos deste mundo, conforme nos escreve o apóstolo Paulo em 1 Co. 8.4-6 e 1 Co. 10.14-24?
É inevitável, à proporção do crescimento espiritual dos homens, (oração e estudo da palavra de Deus), que sua abordagem à pessoa de Deus tome-se cada vez mais mística e cada vez menos materialista. Os ritos vão perdendo mais e mais a sua importância, e as imagens terminam por ser abertamente rejeitadas. E, quando se obtém o contato direto com o Espírito Santo de Deus, de tal modo que se estabelece uma comunhão viva entre o Espírito de Deus e o espírito humano, então os homens não mais sentem qualquer necessidade de agência intermediária. Mesmo não tendo acontecido isso no caso dos católicos romanos e outros, após tantos séculos de existência da Igreja Romana, somente demonstra o fato de que os homens, a despeito de tantas vantagens, não têm progredido muito em sua espiritualidade.
Assim, por trás do ensinamento romanista de que, “a honra devolvida nas santas imagens é uma veneração respeitosa", está a intenção de se ver protegido, guardado, ou que o santo representado na imagem venha interceder pelo pedinte, e isso é pecado de idolatria, e de feitiçaria, pois o espírito do morto não deve ser invocado pelos vivos (1 Tm. 2.5; Is. 8.19). “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amém” (1 Jo. 5.21)
PRIMEIRA ENCÍCLICA DO PAPA FRANCISCO CONDENA Á IDOLATRIA
O papa Francisco lançou a encíclica “Lumen Fidei" (“A Luz da Fé"), a primeira escrita por dois papas: a primeira de Francisco e a última de Bento XVI, que consta de quatro capítulos em 85 páginas: o primeiro, “Acreditamos no amor", sobre a escuta do chamado de Deus; o segundo, “Se não credes, não compreendereis", aborda a relação entre a fé e a Verdade; o terceiro, “Transmito o que recebi", trará da nova evangelização; e o quarto, “Deus prepara uma cidade para eles", sobre fé e o bem comum
O que é uma encíclica ou carta encíclica (“epistolae encyclicae”/”Litterae encyclicae”)?
É um documento pontifício, instituído por Bento XVI (1740-1758), dirigido aos bispos e, por tabela, aos fiéis. É através de uma encíclica que o papa exerce o seu magistério ordinário.
A“Lumen Fidei”, que oficializa o ponto finai das ideias ratzingerianas na Santa Sé, foi escrita por Bento XVI para completar a sua trilogia sobre as três virtudes teologais: a fé; o segundo, “Se não credes, não compreendereis", aborda a relação entre a fé e a verdade; o terceiro, “Transmito o que recebi”, trará da nova evangelização; e o quarto, “Deus prepara uma cidade para eles", sobre fé e o bem comum
O que é uma encíclica ou carta enclítica (“epistolae encyclicae” I"Litíerae encyclicae”)?
É um documento pontifício, instituído por Bento XVI (1740-1758), dirigido aos bispos e, por tabela, aos fiéis. É através de uma encíclica que o papa exerce o seu magistério ordinário.
A “Lumen Fidei', que oficializa o ponto final das ideias ratzingerianas na Santa Sé, foi escrita por Bento XVI para completar a sua trilogia sobre as três virtudes teologais: a fé, a esperança e a caridade - “Deus Caritas Est” (“Deus é amor”, 2005) e “Spe Salvi" (“Salvos na esperança", 2007)
-, mas, como ele renunciou (em 11 de fevereiro de 2013) antes de sua publicação, num gesto de solidariedade, o para Francisco a concluiu.
Numa parte da encíclica, aparentando um momento de lucidez, o texto mostra que a idolatria é o contrário da fé. Explica que os crentes em ídolos são pessoas reticentes da sua própria esperança e não sabem a quem serve. É contundente a crítica contumaz feita a uma igrejã de um papa idólatra e de um povo mais ainda subserviente às imagens de escultura. O intrigante é que o mesmo para que condena a idolatria nesta encíclica, vá até Aparecida e, num gesto pagão, curva-se (adora) e beija a 'padroeira do Brasil".
Para que você entenda o tamanho da contradição, segue o texto da encíclica;
“A história de Israel mostra-nos ainda a tentação da incredulidade, em que o povo caiu várias vezes. Aparece aqui o contrário da fé: a idolatria. Enquanto Moisés fala com Deus no Sinai, o povo não suporta o mistério do rosto divino escondido, não suporta o tempo de espera. Por sua natureza, a fé pede para se renunciará posse imediata que a visão parece oferecer; é um convite para se abrirá fonte da luz, respeitando o mistério próprio de um rosto que pretende revelar-se de forma pessoal e no momento oportuno. Martin Buber citava esta definição da idolatria, dada pelo rabino de Kock: há idolatria, "quando um rosto se dirige reverente a um rosto que não é rosto’. Em vez da fé em Deus, prefere-se adorar o ídolo, cujo rosto se pode fixar e cuja origem é conhecida, porque foi feito por nós. Diante do ídolo, não se corre o risco de uma possível chamada que nos faça sair das próprias seguranças, porque os ídolos “têm boca, mas não falam’ (Salmo 115.5). Compreende-se assim que o ídolo é um pretexto para se colocar a si mesmo no centro da realidade, na adoração da obra das próprias mãos. Perdida a orientação fundamental que dá unidade ã sua existência, o homem dispersa-se na multiplicidade dos seus desejos; negando-se a esperar o tempo da promessa, desintegra-se nos mil instantes de sua história. Por isso, a idolatria é sempre politeísmo, movimento sem meta de um senhor para outro. A idolatria não oferece um caminho, mas uma multiplicidade de veredas que não conduzem a uma meta certa, antes se configura como um labirinto. Quem não quer confiar-se a Deus, deve ouvir as vozes dos muitos ídolos que lhe gritam: ‘confia-te a mim!" A fé, enquanto ligada á conversão, é o contrário da idolatria: é separação dos ídolos para voltar ao Deus vivo, através de um encontro pessoal. Acreditar significa confiar-se a um amor misericordioso que sempre acolhe e perdoa, que sustenta e guia a existência, que se mostra poderoso na sua capacidade de endireitar os desvios da nossa história. A fé consiste na disponibilidade de deixar-se incessantemente transformar pela chamada de Deus. Paradoxalmente, neste voltar-se continuamente para o Senhor, o homem encontra uma estrada segura que o liberta do movimento dispersivo a que o sujeitam os ídolos".
A grande incógnita agora é-os católicos vão abandonar seus ídolos e se converterem ao Deus vivo? E porque o papa Francisco condenou a idolatria, mas segue na prática de tamanho pecado?
“Por que diriam as nações pagãs: Onde está o Deus deles? Nosso Deus está nos céus; ele faz tudo o que lhe apraz. Quanto a seus ídolos de ouro e prata, são eles simples obras da mão dos homens. Têm boca, mas não falam, olhos e não podem ver, têm ouvidos, mas não ouvem, narize não podem cheirar. Têm mãos, mas não apalpam, pés e não podem andar, sua garganta não emite som algum. Semelhantes a eles sejam os que os fabricam e quantos neles põem sua confiança" (Salmo 113.10-16- Bíblia Ave Maria).
Nenhum comentário:
Postar um comentário