quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

A Eficácia do Evangelho

 


At 1:14-17

 

Vamos continuar a aprender com a epístola aos Romanos, se você por ventura não esteve aqui no domingo passado, é importante você saber que falamos sobre o poder do evangelho, vimos como o evangelho é poderoso para transformar seu maior perseguidor em seu maior divulgador e defensor.

 Hoje nós vamos além um pouco e vamos ver acompanhando o raciocínio do apóstolo Paulo, escritor desta carta aos Romanos, que o evangelho além de poderoso, é eficaz...há eficácia no evangelho, há fruto concreto na vida daqueles que são alcançados com o evangelho...

 Quem atenta para estas palavras não apenas muda de religião, não apenas troca de credo, Quem atenta para estas palavras não apenas encontra uma turma legal, ou passa a fazer parte de um clube qualquer. Quem atenta para estas palavras não apenas passa a ter uma mente diferente ou acumula novas idéias

 Não, não!!! Quem da ouvidos a estas palavras passa por mudanças radicais, passa por uma verdadeira revolução em sua escala de valores.

 Quem atenta para estas palavras, produz efeito onde passa, deixa rastro, inala o bom aroma de Deus, influencia ambientes, intriga os céticos, amolece o coração dos enrijecidos pela incredulidade...

 Quem é alcançado com o evangelho de Jesus Cristo, é alcançada pela maior verdade do universo e está comprometido com esta causa para toda a eternidade!

 Isso mostra sua eficácia. Existe um resultado na vida de todos aqueles que são tocados por esta mensagem. Vamos ver alguns aspectos que surgem na vida daquele que é alcançado pelo evangelho...

 Quem é alcançado pelo evangelho assume-se devedor!!

 Rm 1:14 Eu sou devedor, tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes!

 Paulo teria muitos motivos para resistir qualquer coisa que se relaciona-se com o evangelho!! Paulo teria receio de dizer qualquer coisa a favor desta "mensagem" que ele mesmo tentou exterminar...

 Roma era o símbolo do orgulho e do poder imperial, e foi a ela que ele reconheceu sua dívida ao afirmar.."Eu sou devedor.." O orgulho deste homem estava vencido!!!

 O orgulho de Paulo estava nocauteado!!! Meus irmãos eu creio que aqui começamos a ver a eficácia do evangelho. O Poder do Ev. é mostrado nas grandes coisas, nas grandes batalhas vencidas, no grande debate do areópago em Atenas, nos duelos em Éfeso com os encantadores...

 Mas a eficácia eu percebo nas pequenas coisas...no que talvez muitos considerem como : detalhes...Aí eu vejo a eficácia, o efeito esta no dia a dia, o poder da mudança esta aonde seu resultado se faz presente...

 Sou devedor, Tenho dívidas, Não sou suficiente, Sou incompleto, Sem os sábios eu estaria perdido, Sem os simples eu estaria perdido, Tenho aprendido com todos!!!

 Este orgulho nocauteado nos mostra um homem rendido a Deus e conhecedor de si mesmo!!! Isso porque o orgulho talvez seja o ultimo guerreiro a cair dentro de nossa fortaleza interior que resiste a Deus...

 Sl 10: 4 Por causa do seu orgulho, o ímpio não o busca; todos os seus pensamentos são: Não há Deus.

 Is 2:17 E a altivez do homem será humilhada, e o orgulho dos varões se abaterá, e só o Senhor será exaltado naquele dia.

 Quando vejo o orgulho saindo do foco da vida de alguém vejo o evangelho mostrando sua eficácia nessa vida...

 Paulo apóstolo sente-se movido a compartir aquilo que recebeu, ele foi de tal forma transformado pelo poder do evangelho que se sente agora um devedor para com o mundo e isso mostra a eficácia deste evangelho

 Muitos acreditam em alguma coisa, Muitos acreditam muito em muitas coisas, Muitos acreditam que o que eles acreditam é a coisa mais importante do mundo...

 Mas poucos são os que se movem para tornar aquilo que eles acreditam relevante para o mundo, e estes são aqueles que verdadeiramente crêem que aquilo que eles têm é eficaz.

 Paulo era um desses, ele, com sua vida demonstrou a eficácia do evangelho.

 Ele saiu pelo mundo demonstrando isso, ele se lançou em lutas, em perseguições, foi torturado, mal tratado, espancado, desnudado, humilhado, simplesmente pelo fato de que este evangelho foi eficaz em sua vida!!!

 Tantas filosofias existiram e existem neste mundo, mas

 Qual foi a eficácia demonstrada na vida daqueles que pregaram a doutrina socialista? Mexeu com a história por um tempo, sacudiu o mundo por uma época, muitos morreram por esta causa crendo que ela seria a solução para a humanidade!!!

 E apesar de nós admitirmos o valor e a relevância deste pensamento, apesar de sabermos que ele poderia ajudar a humanidade de certa forma...

 Somos testemunhas que esta mensagem foi incapaz de mover os corações humanos, foi incapaz de sacudir e deter o orgulho, foi incapaz de gerar um coração livre, nós somos testemunhas da falência deste sistema...Mesmo que discutíssemos seu valor...Constatamos que ele não foi eficaz para transformar o Ser Humano

 Somos testemunhas e o mundo o é desde há muito que o sistema capitalista da mesma forma não conseguiu demover o coração humano da gana de ter...Somos testemunhas, apesar de sua hegemonia hoje, que este sistema escraviza o ser humano e lhe tira a dignidade quando promove a luta entre as partes pela prevalência do mais forte...

 Nós temos sido testemunha de que as filosofias orientais, apesar de seu valor, da mesma forma são incapazes de tomar o mundo e de transformá-lo desde dentro...

 Nós temos sido testemunhas que as diversas religiões, ao longo da história não têm conseguido sucesso em refazer a estrutura humana e demove-la desta praga que é o sentimento de orgulho e de autossuficiência...

 Presenciamos na história certos avanços, mas todos eles temporários.

 Por isso creio que o evangelho é eficaz.. Porque foi este evangelho que mexeu com a estrutura da humanidade, foi este evangelho que dividiu a história da humanidade em duas partes distintas.

 Porque foi este evangelho que nos últimos 2.000 anos da história levou homens e mulheres e continua levando-os a reconhecer suas fragilidades e darem um golpe fatal na auto-suficiência

 Porque foi este evangelho que levou Paulo a assumir-se devedor...

 Paulo se apresenta aos coríntios mostrando a eficácia do evangelho em sua própria vida, sua credencial não pé a função que ele ocupava, os cargos que ele liderava...mas a vida que ele vinha levando com Cristo e o resultado disso em sua vida

 4 Antes em tudo recomendando-nos como ministros de Deus; em muita perseverança, em aflições, em necessidades, em angústias, 5 em açoites, em prisões, em tumultos, em trabalhos, em vigílias, em jejuns, 6 na pureza, na ciência, na longanimidade, na bondade, no Espírito Santo, no amor não fingido, 7 na palavra da verdade, no poder de Deus, pelas armas da justiça à direita e à esquerda, 8 por honra e por desonra, por má fama e por boa fama; como enganadores, porém verdadeiros; 9 como desconhecidos, porém bem conhecidos; como quem morre, e eis que vivemos; como castigados, porém não mortos; 10 como entristecidos, mas sempre nos alegrando; como pobres, mas enriquecendo a muitos; como nada tendo, mas possuindo tudo.

Se você foi alcançado com o evangelho você é um devedor para o mundo....pela eficácia do poder de Deus

 Paulo aos Colossenses deixa isso muito claro 1:27-29

 27 a quem Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, a esperança da glória; 28 o qual nós anunciamos, admoestando a todo homem, e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, para que apresentemos todo homem perfeito em Cristo; 29 para isso também trabalho, lutando segundo a sua eficácia, que opera em mim poderosamente.

 Portanto saiba que o evangelho é eficaz, ele trará resultado em sua vida, ele trará implicações em sua vida, ele fará parte de sua vida e será tão importante para você como o ar que você respira...

 O Evangelho foi eficaz na vida de Paulo e dos apóstolos, ele se mostrou eficaz pela obra realizada, pelo mundo sacudido com esta mensagem, o evangelho não era o delírio de uma mente insana!

O evangelho não faz parte do campo das suas idéias apenas, ele faz parte de sua vida visceralmente, ele se manifesta no nosso dia a dia

 Vejo ainda a eficácia do evangelho no fato de que :

 Quem é alcançado pelo evangelho se torna um destemido

 1:15 De modo que, quanto está em mim, estou pronto para anunciar o evangelho também a vós que estais em Roma

 A leitura mais atenta desta expressão, estou pronto nos levará um sentido maior do que simplesmente " me preparei e agora estou pronto para fazer o exame..." por exemplo...

 O texto vai nos levar a um sentimento de ansiedade por fazer algo, desejoso de uma maneira voluntária a realizar uma tarefa pela qual se sente responsável.( devedor)

 Por outro lado nos leva também a imaginar alguém dizendo : Roma, grande Roma chegou a sua hora de crescer e de conhecer mais do evangelho de Deus... e eu estou aqui para fazer esta obra...

 Esta é a idéia que temos quando lemos I saias 6:8

 8 Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem irá por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.

 A idéia é de prontidão. Quem é alvo do amor de Deus pelo evangelho se torna destemido . Jesus disse

 

Jo 14:27 não se turbe o vosso coração , nem se atemorize

 

Lc 12:11 quando, pois, vos levarem às sinagogas, aos magistrados e às autoridades, não estejais solícitos de como ou do que haveis de responder, nem do que haveis de dizer.

 

Ele mesmo nos preveniu para sermos destemidos...E a eficácia do evangelho se mostra quando aqueles que levaram e levam sua bandeira arriscam suas vidas, entregam seus dias, expõem sua existência, sacrificam suas famílias e se lançam na pregação deste evangelho de paz

 

A vida de Paulo é a maior prova deste destemor e de sua eficácia...ele via o evangelho como sabedoria divina e está pronto para viver e morrer por ele

 13 Então Paulo respondeu: Que fazeis chorando e magoando-me o coração? Porque eu estou pronto não só a ser ligado, mas ainda a morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus..

 Paulo tinha a convicção de que nada poderia afasta-lo de Deus e de Seu amor Rm 8 :37-39

 37 Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou.

 38 Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades,

 39 nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.

 Então dentro de um raciocínio assim porque temer, temer o quê... Rm 8:31 Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?

 O evangelho é eficaz porque ele gera uma coragem e um destemor incomum a qualquer situação...A loucura para os homens explicada aos coríntios é a sabedoria de Deus...

 Que destemor não deveria ter alguém que se lança a pregar e está pronto e ansioso para anunciar uma mensagem

 Que era tida como total delírio e loucura pelos Gregos...a mensagem do evangelho não batia com nada que ninguém cria...

 Somente um poder sobrenatural, somente um poder incomum , somente o Deus do universo, o criador de todas as coisas para dar a esta mensagem o poder que ela ganhou e levou o mundo a se render diante dela...

 Paulo era destemido porque ele cria neste poder

 Paulo era destemido porque ele teve uma experiência pessoal com este poder

 Paulo era destemido porque ele sabia em quem tinha crido e assim afirma a Timóteo 1 :12 Por esta razão sofro também estas coisas, mas não me envergonho; porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia.

 Finalmente eu creio que o evangelho é eficaz porque quem é alcançado pelo evangelho não se envergonha do evangelho!!

 16 Porque não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego.

 Estou imaginando aqui o sinédrio em Jerusalém, a liderança maior da nação judaica, estou imaginando que estes homens que um dia foram companheiros de Paulo, que um dia estiveram associados a ele na missão de destruir a fé cristã...

 Estou imaginando agora os Gregos em Atenas, os sacerdotes em Éfeso, os líderes da filosofia helênica, os estóicos, os hedonistas, os discípulos de Sócrates ou de Platão..

 Estou imaginando estes e outros cidadãos recebendo as notícias a respeito da pregação e do avanço do evangelho na Europa e no Israel dominados pela filosofia grega e pelo império romano

 Estou imaginando seu pensamento e talvez algumas expressões de suas conversas..Algo assim:

 Aquela mensagem do nazareno parece estar crescendo não...Mas alguém poderia perguntar: quem esta levando ela adiante, quem esta propagando esta fé...Esse povo não tem vergonha desta bobagem não?

 Daí sim vejo Paulo surgindo em cena e dizendo : não me envergonho do evangelho!!!! é poder de Deus!!!

 É o evangelho que traz salvação, É o evangelho que tem trazido mudança, É o evangelho que tem trazido dignidade, É o evangelho que tem felicidade, É o evangelho que tem movido este continente, É o evangelho que tem completado as pessoas, Porque então iria eu me envergonhar do evangelho de Deus!!!

 Qual o motivo de eu me envergonhar do evangelho? me dê um e eu serei o primeiro a deixar esta história e cuidar de minha vida!!!

 Posso me envergonhar dos cristãos? posso

 Posso me envergonhar da Igreja? Posso

 Posso me envergonhar dos líderes? Posso

 Mas como posso me envergonhar do meu Senhor, que levantou esta bandeira por minha vida e por amor de mim ?

 Qual foi o SH, por mais revolucionário que tenha sido neste mundo que disse vou morrer para lhe dar vida?

 Como posso me envergonhar de algo que tem trazido vida a minha vida, que tem feito o sol brilhar em minha existência?

 Como posso me envergonhar de algo que tenho visto curar enfermos da alma do corpo e do espírito?

 Como posso me envergonhar de algo que nos últimos 2.000 anos revolucionou a história deste planeta?

 Como posso me envergonhar do evangelho de Deus ?

 Não eu não posso, não eu não posso..porque me envergonhar do evangelho seria ter vergonha de mim mesmo!

 Pois então eu fico com a bravura dos que viveram e morreram por esta causa

 Eu fico com a coragem dos que desafiaram os poderosos com esta mensagem

 Eu fico coma ternura e a simplicidade daqueles que mostraram a eficácia do evangelho através de sua vidas

 2Tm 2:12 se perseveramos, com ele também reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará...

 Portanto foi importante para nós percebermos o porque da eficácia do evangelho, e me permita dizer que ele pode ser eficaz em sua vida hoje...

 O verso 17 em sua parte final vai concluir e lhe dizer como viver tudo isso, ou seja, pela fé! E a fé é a certeza das coisas que não se vêem

 Que Deus nos abençoe


Fonte: Rev. Miguel Uchôa

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

A Disciplina na Igreja

 


A Disciplina na Igreja

 

 

Muitos são tão impactados por Deus na sua conversão e experimentam uma transformação tão grande, que chegam a pensar que todos na igreja são perfeitos. Porém, não é necessário muito tempo para descobrir que isto não é verdade; todos somos falhos e imperfeitos, e na igreja encontraremos falhas, erros e limitações.

A maneira de se lidar com estes erros é com amor e paciência; vamos nos ajustando aos poucos e assim prosseguimos. Mas quando se trata de pecado, a igreja deve agir diferente, deve usar de disciplina.

Na igreja encontraremos todo tipo de gente; aqueles que querem levar Deus a sério, e os que não. O Senhor Jesus disse que quando a rede é lançada ao mar, recolhe todo tipo de peixes: bons e ruins (Mt.13:47,48); nesta mesma ocasião Jesus também ilustrou isto de outra forma, falou acerca do joio e do trigo para mostrar que na igreja temos todo tipo de gente. O Senhor nos preveniu que haveria escândalos em nosso meio (Mt.18:7), deixando claro que estes por quem vem os escândalos serão julgados, mas que é inevitável que isto ocorra.

Quando o evangelho é proclamado, a pessoa é convidada a vir a Deus como está, mas depois que passa a pertencer à Igreja do Senhor terá que se ajustar à Sã Doutrina.

Todos somos falhos e pecamos. Como diz a Escritura "Se dissermos que não temos pecado nenhum, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós"(I Jo.1:4). Portanto, não é qualquer pecado que nos fará sermos disciplinados, senão viveríamos só de disciplina. Quando pecamos, devemos nos arrepender e confessar nossos pecados e seremos perdoados (I Jo.1:9); a disciplina é para tratar com quem peca e não quer se arrepender, insistindo em viver no pecado.

 

Somos um corpo

 

Não podemos perder de vista que ninguém vive espiritualmente isolado; somos membros uns dos outros e constituímos um só corpo. Quando alguém passa a viver no pecado fere não só a si mesmo, mas também ao corpo de Cristo!

O Velho Testamento nos revela como o pecado de um só homem, Acã, prejudicou todo Israel e como foi necessário que ele fosse julgado (Js.7:11-26). O Novo Testamento enfatiza muito a idéia do corpo; quando Jesus envia sua mensagem a cada uma das sete igrejas da Ásia (Ap.2 e 3), ele as trata como um todo tanto ao falar de suas virtudes como também de seus erros.

 

Os Quatro Níveis da Disciplina na Igreja

 

Jesus foi quem primeiro falou de disciplina no Novo Testamento:

"Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só. Se te ouvir, ganhaste a teu irmão. Mas se não te ouvir, leva contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda palavra seja confirmada.E se não ouvir, dize-o à igreja; e, se também não ouvir a igreja, considera-o como gentio e publicano".

Mt.18:15-17.

Há quatro níveis distintos no processo de disciplina que o Senhor ensinou:

1. Repreensão pessoal;

2. Repreensão com testemunhas;

3. Repreensão pública;

4. Exclusão.

Não praticamos a disciplina quando a pessoa se arrepende, mas sim quando ela se recusa a arrepender-se. E neste caso, dentro de uma progressividade; com a repreensão pessoal primeiro, a com testemunhas em segundo, a diante da igreja em terceiro e só então a exclusão em quarto lugar. Não podemos excluir alguém sem ter dado antes estes passos. Porém, alguém pode não querer receber os primeiros níveis da repreensão fugindo deles; neste caso, constatada a indiferença e relutância da pessoa, passamos então ao quarto nível, subentendendo terem sido os outros insuficientes ou impraticáveis.

Quando a repreensão se torna pública, ainda que seguida de arrependimento, e a pessoa em questão é um líder, a disciplina se manifestará afastando a pessoa de sua posição de liderança até comprovada restauração.

 

Repreensão pessoal

 

Vários textos bíblicos falam sobre a necessidade de repreensão. E não são necessariamente ligados ao presbitério, pois no corpo de Cristo ministramos uns aos outros. Neste nível se enquadram os líderes de célula e todos que exercem cuidado por outras pessoas no Corpo. Veja alguns deles:

"Exortamo-vos, também, irmãos, a que admoesteis os insubmissos..."

I Tessalonicenses 5:14.

"Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações, e tanto mais vedes que aquele dia se aproxima"

Hebreus 10:25.

"Ora, é necessário que o servo do Senhor não viva a contender, e, sim, deve ser brando para com todos, apto para instruir, paciente; disciplinando com mansidão os que se opõem, na expectativa de que Deus lhes conceda não só o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade"

II Timóteo 2:24,25.

Note que corrigir não significa contender, mas demonstrar cuidado com mansidão. Quando porém, a situação se agrava, é necessário que o governo da Igreja (os presbíteros) assuma a situação, que pode ser delicada e necessitar que a autoridade espiritual seja imposta, como Paulo fez com os coríntios (II Co.13:2 e 10).

 

Repreensão com Testemunhas

 

Além da instrução do Senhor Jesus, não encontramos outro texto que fale com clareza sobre este nível de disciplina, mas ele é muito eficaz por tirar a situação do aspecto pessoal e colocá-la num patamar de formalidade. E se as pessoas escolhidas para acompanharem a repreensão forem pacificadoras, serão de grande proveito para promoverem o arrependimento com argumentação mansa e amorosa.

Em caso de resistência da pessoa que está sendo repreendida, ela deve ser avisada que assim como o segundo nível de repreensão não foi aceito, será necessário o terceiro num culto público, e que permanecendo ainda inflexível ela chegará ao quarto nível: a exclusão.

 

Repreensão Pública

 

Ao dizer que levasse a repreensão para o terceiro nível, à Igreja, Jesus não se referia a tratar a questão na Igreja (templo) ou com os líderes da Igreja, como alguns gostariam que fosse. Na verdade, Ele se referia a tratar a questão em público. Paulo também falou sobre este princípio ao escrever para seu discípulo Timóteo:

"Quanto aos que vivem no pecado, reprende-os na presença de todos, para que também os demais temam".

I Timóteo 5:20.

E a razão para isto é clara: "Para que outros tenham temor". Toda a Igreja precisa ser ensinada sobre a disciplina cristã e vê-la funcionando quando necessário. Somos um corpo no Senhor; o pecado contínuo de alguém prejudicará a todos. O único meio de evitar isto é cortando a raiz do pecado com arrependimento ou cortando a pessoa (quando ela não quer se arrepender) da comunhão do corpo. Diante da Igreja ela será obrigada a optar entre um ou outro.

 

 

A Exclusão

 

Na Igreja de Corinto, alguém chegou ao ponto de se envolver sexualmente com a madrasta (I Co. 5:1). Tão logo isto chegou ao conhecimento do apóstolo Paulo, ele ordenou: "Tirai do meio de vós a esse iníquo". Antes, contudo, deixou claro em que condições isto deve acontecer:

 

"Já em carta vos escrevi que não vos associásseis com os impuros; refiro-me com isto não propriamente aos impuros deste mundo, ou avarentos, ou roubadores, ou idólatras, pois neste caso teríeis que sair do mundo.

Mas agora vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal nem ainda comais.

Pois com que direito haveria eu de julgar os de fora? Não julgais vós os de dentro? Os de fora, porém, Deus os julgará. EXPULSAI, pois, de entre vós o malfeitor".

I Coríntios 5:9-13.

 

Observe o detalhe que Paulo inseriu ao falar do pecador: "dizendo-se irmão". Isto se refere a quem quer se parecer irmão sem o ser; não fala de uma queda ou tropeço espiritual, mas de uma prática continuada nestes pecados.

Excluir não significa proibir a pessoa de colocar o pé na Igreja, mas sim deixar de reconhecê-la como parte do corpo, e isto envolve deixar de se relacionar (Tt.3:10,11), de ter comunhão com a pessoa. Isto fica claro quando o apóstolo diz: "com o tal nem ainda comais". Paulo explica melhor esta distinção na sua carta aos tessalonicenses:

 

"Caso alguém não preste obediência à nossa palavra dada por esta epístola, notai-o; nem vos associeis com ele, para que fique envergonhado.

Todavia, não o considereis por inimigo, mas adverti-o como irmão".

II Tessalonicenses 3:14,15.

 

Este princípio já havia sido estabelecido desde o Velho Testamento, onde havia vários motivos pré-estabelecidos para exclusão.

O motivo é poupar o corpo de prejuízos espirituais, e não tentar manter um controle sobre as pessoas. Os casos não manifestos não chegam a ser tratados na Igreja, só os que chegam a ser conhecidos.

domingo, 6 de dezembro de 2020

A CREDIBILIDADE DA BíBLIA

 


INTRODUÇÃO

       Do estudar-mos sobre o cânon, veremos neste trabalho o seu significado, sua importância, qual o seu valor para nós os crentes. Como foi aceito pelas igrejas, como se desenvolveu, qual é a época em que envolve o cânon, qual é o papel dos lideres nisso tudo, e etc... Veremos também todo o ministério que envolveu o livro de Apocalipse a respeito de sua canonicidade. E os livros apócrifos ou os falsos livros da Bíblia? Será mesmo a Bíblia dos crentes, que contêm os livros que falam a verdade? Enfim. 

 CÂNON

 INTRODUÇÃO  

 1. O SIGNIFICADO DA PALAVRA CÂNON

       A palavra cânon tem raiz na palavra "cana", "junco" (do hebraico geneh, através do grego kanon ). O "junco" era usado como uma vara para medir e avaliar ..." mais tarde teve o sentido de "lista" ou "rol".15/95 

      Aplicada às Escrituras, a palavra cânon significa "uma lista de livros oficialmente aceitos". 23/31

      Deve-se ter em mente que a igreja não criou o cânon nem os livros que estão incluídos naquilo  que chamamos de Escrituras. Ao contrário, a igreja reconheceu os livros que foram inspirados desde o princípio. Foram inspirados por Deus ao serem escritos. 

      E a todos quantos andarem de conformidade com esta regra, paz e misericórdia sejam sobre eles e sobre o Israel de Deus (Gl 6:6). Nos porém, não nos gloriaremos sem medida, mas respeitamos o limite da esfera de ação que Deus nos desmarcou e que se estende até vós (2Co 10:3).

      "Não nos gloriando fora de medida nos trabalhos alheios, e tendo esperança, de que, crescendo a vossa fé, seremos engrandecidos entre vós, dentro da nossa esfera de ação (2Co 10:15).   

      A Bíblia, como o cânon sagrado, é a nossa norma ou regra de fé e prática. Diz-se dos livros da Bíblia que são canônicos para diferenciá-los dos apócrifos. O emprego do termo cânon foi primeiramente aplicados aos livros da Bíblia por origines (185-254 d.C).

 1a. CÂNON - DATAS E PERÍODOS  

      O Novo Testamento foi completado em menos de 100 anos, pois seu último livro, o apocalipse, foi escrito cerca de 96 D.C. Isto é, dá um total de 1.142 anos para a formação de ambos os Testamentos (1046+96). (Leve em conta Que a cronologia Bíblica é sempre aproximada, pois os povos orientais não tinham um sistema fixo de computação de datas.

      Quando se fala do espaço total de tempo, que vai da escrita do pentateuco ao apocalipse, é preciso intercalar os 400 anos do período interbíblico ocorrido entre os Testamentos, o que dará um total de 1542 anos (1046+96+400). Por isso se diz que a Bíblia foi escrita no espaço de 46 séculos. Este é o período no Qual o cânon foi completado.

 1b. CÂNON - SUA INSPIRAÇÃO

       A canonicidade é determinada pela inspiração. Os livros da Bíblia não são para Deus oriundos, isto porque eles tem valor, provieram de Deus. A processo mediante o qual Deus nos concede sua revelação chama-se inspiração. È a inspiração de Deus num livro que determina sua canonicidade. Deus dá autoridade divina a um livro, e os homens de Deus o atacam. Deus revela, e o seu povo conhece o que o Senhor revelou. A canonicidade é dada por Deus e descoberta pelos homens. A Bíblia constitui o "cânon", pelo qual tudo mais deve ser medido e avaliado pelo fato de Ter autoridade concedida por Deus. Sejam quais foram as medidas (os cânones ) usados pela igreja para descobrir com exatidão que livros possuem essa autoridade canônica ou normativa, não se deve dizer que determinam a canonicidade dos livros. Dizer que o povo de Deus, mediante quaisquer regras de conhecimento, "determina" que livros são autorizados por regra de conhecimentos. 56 Deus pode conceder absoluta. 

      Só a inspiração divina determina a autoridade de um livro, se ele é canônico, de natureza normativa.  

 1c. CÂNON - SUA DESCOBERTA

       O povo de Deus tem desempenhado um papel de grande importância no processo de canonização. A comunidade dos crentes arca com a tarefa de chegar a uma conclusão sobre quais livros são realmente de Deus. A fim de cumprir esse papel, a igreja deve procurar cartas características próprias da autoridade divina. Como poderia alguém reconhecer um livro inspirado só por vê-lo? Dai vários critérios estavam em jogo nesse processo de reconhecimento. Ao qual são eles:

 1.d OS PRINCÍPIOS DA DESCOBERTA DA CANONICIDADE:

       Sempre existiu falsos livros e falsas mensagens. E por representarem ameaça constante, surgiu-se a necessidade de que o povo de Deus tivesse mais cuidado com a coleção de livros sagrados guardados consigo, pois poderiam haver alguns erros. A partir daí a igreja passou a questionar esses livros sagrados mediante cinco critérios; ao qual são eles:

a)O livro é autorizado - Veio de Deus;

b)É profético - Foi escrito por um servo de Deus;

c)É digno de confiança - Fala a verdade a cerca de Deus;

d)É Dinâmico - Possui o poder que transforma vidas;

e)É aceito pelo povo de Deus para o qual foi originalmente escrito.   

 1. VEJAMOS  AGORA CADA UM DESSES CRITÉRIOS SEPARADAMENTE:

       A autoridade de um livro - Cada livro da Bíblia traz uma reivindicação de autoridade divina. A expressão "Assim diz o Senhor" está presente na Bíblia com freqüência. Sempre existe uma declaração divina. Se faltasse a um livro a Autoridade de Deus, esse era considerado não canônico , não sendo incluído no cânon sagrado. 

      Os livros dos profetas eram facilmente reconhecidos como canônicos por esse princípio de autoridade. A expressão repetida "e o Senhor me disse" ou " "a palavra do Senhor veio a mim" è evidência abundante de sua autoridade divina. Alguns livros não tinham reivindicação de origem divina, pelo qual foram rejeitados e tidos como não canônicos. Talvez tenha sido o caso do livro dos justos e do livro da guerra do Senhor. Outros livros foram questionados e desafiados quanto a sua autoridade divina, mas por fim foram aceitos no cânon, como o livro de Ester.

      Na verdade, o simples fato  de alguns livros canônicos serem questionados quanto a sua legitimidade é uma segurança de que os crentes usavam seu discernimento. Se os crentes não estivessem convencidos da autoridade divina de um livro, este era rejeitado.

 2. A AUTORIA PROFÉTICA DE UM LIVRO 

       Os livros proféticos só foram produzidos pela atuação do Espírito, que moveu alguns homens conhecidos como profetas. (2Pe. 1:10-21). A palavra de Deus só foi entregue a seu povo mediante os profetas de Deus. Todos os autores bíblicos tinham um Dom profético, ou uma função profética, ainda que tal pessoa não fosse profeta por ocupação. (Hb. 1:1).   

      Paulo exorta o povo de Deus em Gálata, dizendo que suas cartas deveriam ser aceitas porque ele era apóstolo de Paulo. Isto porque todos os livros que não proviam por profetas nomeados por Deus, deveriam ser rejeitados. Os crentes não deviam aceitar livros de alguém que falsamente afirmasse ser apóstolo de Cristo (2Ts. 2:2). Note que a Segunda carta de Pedro foi objetada por alguns da igreja primitiva. Por isso enquanto os pais da igreja não ficaram convencidos de que essa não havia sido forjada, mas de fato viera da mão do apóstolo Pedro, como seu versículo o menciona, ela não recebeu lugar permanente no cânon cristão.   

 3. A CONFIABILIDADE DE UM LIVRO

       Outro sinal característico da inspiração é o ser um livro digno de confiança.

      A vista desse princípio, os crentes de beréia aceitaram os ensinos de Paulo e pesquisaram as Escrituras, para verificar se o que o apóstolo estava ensinando , estava de fato de acordo com a revelação de Deus no Antigo Testamento. O mero fato de um texto estar de acordo com uma revelação anterior não indica que tal texto é inspirado. Grande parte dos apócrifos foi rejeitada por causa do princípio da confiabilidade. Suas anomalias históricas e heresias teológicas os rejeitaram; seriam impossível aceitá-las como vindos de Deus; a despeito de sua aparência de autorizados. Não podiam vir de Deus e ao mesmo tempo apresentar erros.

      Alguns livros canônicos foram questionados a base nesse mesmo princípio como a carta de judas e a de Tiago. 

 4. A NATUREZA DINÂMICA DE UM LIVRO  

       O quarto teste canonicidade, era a capacidade do texto de transforma vidas: "... A palavra de Deus é viva e eficaz..." (Hb. 4:12)  O resultado é que ela pode ser usada "para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir, em justiça" (2Tm. 3:16-17). 

      O apóstolo Paulo revelou-nos que a habilidade dinâmica das escrituras inspiradas estava na aceitação das Escrituras, como um todo, como mostra em 2 Timóteo 3:16-17. Disse Paulo a Timóteo :" as Sagradas Escrituras podem fazer-te sábio para a Salvação. A partir daí, outros livros e mensagens foram rejeitados porque apresentavam falsas esperanças. (1Rs. 22:6-8) ou faziam rugir alarmes falsos (2Ts. 2:2).  

 5. A ACEITAÇÃO DE UM LIVRO

       A Marca final de um documento escrito autorizado é seu reconhecimento pelo povo de Deus ao qual originalmente  se havia destinado.

      A palavra de Deus, dada mediante seus profetas, e contendo sua verdade, deve ser reconhecida pelo seu povo. Se determinado livro fosse recebido, coligido e usado como força de Deus, pelas pessoas a quem originariamente se havia destinado, ficava comprovada a sua canonicidade. Sendo o sistema de transportes atrasado como era nos tempos antigos, às vezes a determinação da canonicidade de um livro da parte dos pais da igreja exigia muito tempo e esforço. É por essa razão que o reconhecimento definitivo completo, por toda a igreja cristã, dos 66 livros do cânon das Escrituras Sagradas exigiu tantos anos.  

      Os livros de Moisés foram aceitos imediatamente pelo povo de Deus. As cartas de Paulo foram recebidas imediatamente, recebidas pelas igrejas às quais haviam sido dirigidas (1Ts. 12:13), e até pelos demais apóstolos (2Pe. 3:16). Já alguns escritos foram rejeitados pelo povo de Deus, por não apresentarem autoridade divina. Esse princípio de aceitação levou alguns a questionar durante algum tempo certos livros da Bíblia, como 2 e 3 João são de natureza particular e de circulação restrita; É compreensível, pois que houvesse alguma relutância em aceitá-los, até que essas pessoas em dúvida tivessem absoluta certeza de que tais livros haviam sido recebidos pelo povo de Deus do século como cartas do apóstolo João. 

 

* PRINCÍPIOS QUE FORMARAM O CÂNON: (EM S

 a)Sua circulação universal - Alguns livros jamais foram aceitos por falta de circulação, enquanto outros foram aceitos tariamente por falta de circulação na igreja universal, pois circulavam somente em certos setores da igreja.

b)A autoria dos apóstolos ou dos discípulos dos apóstolos - Dentre os apóstolos temos as epístolas de Paulo e Pedro, e o Evangelho de João. Dentre os discípulos temos os evangelhos de Marcos, e de Lucas, o livro de Atos, a epístola dos Hebreus e etc... 

c)Livros segundo a tradição e a doutrina dos apóstolos: Lucas, Atos, Hebreus, Apocalipse e II Pedro. 

d)Houve rejeição de livros escritos mais tarde, após o tempo dos apóstolos. Isso explica a rejeição final das epístolas de Clemente e etc...

e)Também foram rejeitados os escritos ridículos ou fabulosos - Entre esses podemos enumerar a maior parte dos livros apócrifos, o evangelho de Tomé, os evangelhos de André, os Atos de Paulo, o Apocalipse de Pedro e etc...

f)Uso universal por parte da igreja inteira - Alguns livros foram aceitos apenas por determinados setores da igreja, ou somente por alguns indivíduo. Finalmente os 27 livros do Novo Testamento foram aceitos e passaram a ser universalmente usados na igreja cristã. 

 Os princípios da descoberta da canonicidade

 1d. TESTE PARA A INCLUSÃO DE UM LIVRO DO CÂNON

       Não sabemos exatamente quais foram os critérios que a igreja primitiva usou para escolher os livros canônicos. Possivelmente houve cinco princípios orientadores, empregados para determinar se um livro do Novo Testamento era ou não canônico. Se era ou não Escritura. Geisler e Nix registram esses cinco princípios: 32/141  

       1) Revela autoridade? - veio da parte de Deus? (Esse livro veio com o autêntico    " assim diz o Senhor"?)  

      2) É profético? - Foi escrito por um homem de Deus? 

    3) É autêntico? (Os pais da igreja tinham a prática de "em caso de dúvida, jogue fora". Isso acentua a validade do discernimento que tinham sobre os livros canônicos.")   

     4) É dinâmico? - veio acompanhado do poder divino de transformação de vidas?

      5) Foi aceito, guardado, lido e usado? - foi recebido pelo povo de Deus? 

      Pedro reconheceu as cartas de Paulo como Escrituras em pé de igualdade com as Escrituras do Antigo Testamento (2Pedro 3:16). 

 O Cânon do Novo Testamento

 1. TESTE PARA A INCLUSÃO DE UM LIVRO NO CÂNON DO NOVO TESTAMENTO 

 " Parece muito melhor concordar com Gaussen, Warfield, Charles Hodge e a maioria dos protestantes em que o teste básico de canonicidade é a autoridade apostólica, ou a aprovação apostólica, e não simplesmente autoria apostólica." 32/1831    

      Há nas epístolas um constante reconhecimento de que na igreja só existe uma o fator básico para determinar a canonicidade do novo testamento foi a inspiração divina, e o principal teste da inspiração foi a apostolicidade. 32/181

      Geisler e Nix detalham a respeito: "Na terminologia do Novo Testamento, a igreja foi edificada 'sobre o fundamento dos apóstolos e profetas' (Efésios 2:20). Os quais Cristo prometera que, pelo Espírito Santo. Iriam guiar 'a toda a verdade' (João 16:13). Atos 2:42 diz que a igreja em Jerusalém perseverou 'na doutrina dos apóstolos e na comunhão'. A palavra apostolicidade, conforme empregada para designar o teste de canonicidade, não significa obrigatoriamente 'autoria  apostólica' nem 'aquilo que foi preparado sob a direção dos apóstolos..." 

única autoridade absoluta; a autoridade do próprio Senhor. Sempre que os apóstolos falam com autoridade, fazem-no exercendo a autoridade do Senhor. Dessa forma, por exemplo, quando Paulo defende sua autoridade de apóstolo, baseia-se única e diretamente na comissão recebida do Senhor (Galatas 1 e 2); quando evoca o direito de regulamentar a vida da igreja, declara que sua palavra tem a autoridade do Senhor, mesmo quando nenhuma palavra específica do Senhor lhe tenha sido transmitida (1Coríntios 14:37; cf. 1Coríntios 7:10)..." 88/117,18  

      O único que, no Novo Testamento, fala com uma autoridade interna e que se impõe por si mesmo é o Senhor." 67/18

       Habitualmente, os Apóstolos fizeram referências ao Antigo testamento como autoridade divina (Rm.3.2,21; I Co.4.6; Rm.15.4; II Tm.3.15-17; II Pd.1.21). Igualmente, os Apóstolos baseavam os seus ensinos orais ou escritos na autoridade do Antigo Testamento (I Co.2.7-13; 14.17; I Ts.2.13; Ap.1.3). E ainda, ordenavam que seus escritos fossem lidos publicamente (I Ts.5.27; Cl.4.16; II Ts.2.15; II Pd.1.15; 3.1-1). Portanto, era mais do que natural e lógico que a Literatura do Novo Testamento fosse acrescentada à do Antigo Testamento, fazendo assim o Cânon do Novo Testamento. No próprio Novo testamento se vê a íntima relação existente entre ambos os testamentos (Antigo e Novo). Veja-se em I Tm. 5.18; II Pd.3.1,2,16). Na época pós-apostólica, os escritos procedentes dos apóstolos foram igualmente colecionados em um segundo volume do Cânon até se completar o que se cognomina hoje de Novo Testamento.

      A coleção completa, fez-se vagarosamente e por várias razões. Alguns livros só eram reconhecidos como apostólicos em algumas igrejas; somente quando estes livros chegaram ao

conhecimento de todas as igrejas e em todo o Império Romano, foi que foram realmente aceitos como sendo de autoridade Apostólica. O processo adotado foi lento por causa do aparecimento de algumas literaturas apócrifas, heréticas e portanto, espúrias, com o intuito de ensinar outras doutrinas não cristãs. Apesar desta lentidão, os livros foram aceitos e

considerados canônicos por serem de autoria Apostólica.

      Apesar da formação do Novo Testamento em um só volume de livros ter sido morosa, nunca deixou de existir a crença de se tratar de um compêndio de regra de fé primitiva e Apostólica. A história da formação do Cânon do Novo Testamento serve para mostrar como se chegou gradualmente a conhecer e reconhecer estes mesmos livros como inspirados por Deus.

      As diferenças de opinião acerca de quais livros seriam aceitos como canônicos, foram constatadas nos escritos das igrejas ao longo do segundo século de nossa era

 1a. OS LIVROS CANÔNICOS DO NOVO TESTAMENTO

       Há três razões que mostram a necessidade de se definir o cânon do Novo Testamento. 23/24 

1)Um herege, Marcião (cerca de 140 A.D.), desenvolveu seu próprio cânon e começou a divulgá-lo. A igreja precisava contrabalançar essa influência decidindo qual era o verdadeiro cânon das Escrituras do Novo Testamento.

2)Muitas igrejas orientais estavam empregando nos cultos livros que eram claramente espúrios. Isso requeria uma decisão concernente ao cânon.  

3)O edito de Diocleciano (303 A.D.) determinou a destruição dos livros sagrados dos cristãos. Quem desejava morrer por um simples livro religioso? Eles precisavam saber quais eram os verdadeiros livros. 

      Atanásio de Alexandria (367 A.D.) nos apresenta a mais antiga lista de livros do Novo Testamento que é exatamente igual à nossa atual. A lista faz parte do texto de uma carta comemorativa escrita às igrejas.  

      Logo após atanásio, dois escritores, Jerônimo e Agostinho, definiram o cânon de 27 livros. 15/112 

      Policarpo (115 A.D.), Clemente e outros referem-se aos livros do Antigo  e do Novo Testamento com a expressão "como está escrito nas Escrituras". 

      Justino Mártir (100-165 A.D.), referindo-se à Eucaristia, escreve em primeira Apologia 1.67: "E no Domingo todos aqueles que vivem nas cidades ou no campo se reúnem num só local, e, durante o tempo que for possível, lêem-se as memórias dos apóstolos ou escritos dos profetas. Então, quando o leitor termina a leitura, o presidente faz uma admoestação e um convite a que todos imitem essas boas coisas". 

      Irineu (180 A.D).F.F. Bruce escreveu acerca do significado de Irineu: "A importância de Irineu está no seu vínculo com a era apostólica e nos seus relacionamentos ecumênicos. Educado na Ásia menor, aos pés de Policarpo, o discípulo de João, Irineu tornou-se bispo de Lion, Gália, em 180 A.D. Seus escritos confirmam o reconhecimento canônico dos quatro evangelhos, Atos, Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Timóteo, Tito, 1 Pedro e 1 João  e Apocalipse.

      Inácio (50-115 A.D.): "Não quero dar-lhes mandamentos tal como fizeram Pedro e Paulo; eles foram apóstolos..." (Aos Tralianos 3.3). 

      Os concílios da igreja. É uma situação bastante parecida com a do Antigo Testamento (veja capítulo 3, 6C, o concílio de Jâmnia).   

      F.F. Bruce afirma que "quando finalmente um concílio da igreja - o sínodo de Hipona (393 A.D.) - elaborou uma lista dos vinte e sete livros do Novo Testamento, não conferiu-lhes qualquer autoridade que já não possuíssem, mas simplesmente registrou a canonicidade previamente estabelecida.

      Desde então não tem havido qualquer restrição séria aos 27 livros aceitos do Novo Testamento, quer por católico - romanos quer por protestantes. 

 

1b. OS APÓCRIFOS DO NOVO TESTAMENTO 32/200-205

 

      A Epistola de pseudo - Barnabé (cerca de 70-79 A.D.)  

      Epístola aos Corítios (cerca de 96 A.D.)   

      Antiga Homília, também chamada Segunda Epístola de Clemente (cerca de  20-140 A.D.)

      Pastor de Hermas (cerca de 115-140 A.D.) 

      Didaquê, ou o Ensino dos Doze Apóstolos (cerca de 100-120 A.D.)   

      Apocalipse de Pedro (cerca de 150 A.D.) 

      Os Atos de Paulo e Tecla (170 A.D.) 

      Epístola aos Laodicenses (século quarto?)

      O Evangelhos Segundo os Hebreus (65-100 A.D.) 

      As Sete Epístolas de Inácio 9cerca de 100 A.D.) 

      E muitos outros.   

  1.C OS LIVROS APÓCRIFOS FORAM OU NÃO INSPIRADOS ?

   

       Você poderia dizer: Já que você diz que os apócrifos não foram inspirados, então me dê provas. Pois bem, o problema dos livros apócrifos cresce de importância, na medida em que a Igreja Católica Romana afirma que a Bíblia dos Evangélicos é falsa; justamente a partir do fato da não aceitação dos tais livros apócrifos, e que, por via de conseqüência, é a Bíblia dos católicos a que é realmente verdadeira e canônica.

      Veja bem! O Cânon dos Judeus foi aceito pela comunidade cristã e consiste nos mesmos livros que aparecem nas Bíblias dos Evangélicos, num total de 39 livros no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento, perfazendo assim um total de 66 livros e não 73 como pretende a igreja Católica Romana, a partir da inclusão dos apócrifos.

      Os 66 livros existentes nas Bíblias Evangélicas foram aprovados pelos judeus, pela Igreja Primitiva e inclusive, pela própria Igreja Católica Romana em alguns dos seus Concílios, tais como:

 

   1. O Concílio de Damause I (366 a 384 A.D.)

   2. O Concílio de Inocente I (402 a 417 A.D.)

   3. O Concílio de Gelasius I (492 a 496 A.D.)

   4. O Concílio de Hermidas (520 a 523 A.D.)

   5. O Concílio de Laodicéia (363 A.D.)

   6. O Concílio de Hipo (393 A.D.)

   7. O Concílio de Cartago (397 A.D.)

   8. O Concílio de Florença (1441 A.D.)

 

      Em todos estes Concílios, os livros aceitos como canônicos foram os mesmos 66 que constam nas Bíblias Evangélicas, e não os 73 constantes das Bíblias Católicas. Porém, no Concílio de Trento, em 1546, depois da reforma Protestante (Lutero) foi que a Igreja Católica Romana decidiu incluir os tais 7 livros apócrifos e alguns fragmentos aos livros de Ester e Daniel. Ora, o Cânon, ou seja, as Escrituras medidas e achadas certas, foi estabelecido pelos judeus que

examinaram os livros e os acharam conforme a inspiração divina. Depois daquele exame, os mesmos sábios separaram alguns livros e os consideraram apócrifos, espúrios, falsos, justamente por não se enquadrarem dentro das normas pré-estabelecidas para a sua canonicidade.

Quando se lê qualquer um dos livros apócrifos, logo se nota as fantasias ali colocadas. Consideramos um absurdo, por exemplo, o fato do autor pedir perdão pelo que escreveu, como se nota num dos apócrifos (Eclesiástico).

 

1.d ALUSÕES IMPLÍCITAS AOS APÓCRIFOS:

 

para condená-los e para repudiá-los. Por exemplo, em Ap.21.8 encontramos algo que é frontalmente contrário a Tobias 6.4. como explicar isto? É que em Apocalipse diz que quanto aos feiticeiros, a sua parte será no lago de enxofre; já em Tobias lemos a enfatização à prática da feitiçaria, respaldada na atitude de pegar o fígado de um peixe fisgado nas águas do rio Tigre, e, depois de passá-lo na brasa, provocando uma fumaça estranha e miraculosa; com ela, espantar os demônios. Mais adiante o mesmo Tobias 3.8 informa que o fel do peixe foi passado nos olhos do pai de Tobias, que também se chamava Tobias e este fora curado de uma cegueira. Isto é uma autêntica bobagem, além de ser uma grande mentira. Em Ap.21.8 lemos que os mentirosos não entrarão no reino dos Céus.

      Em Dt. 18.9-14 vamos encontrar uma condenação à prática destas coisas, enquanto que em Tobias encontramos os benefícios pela prática destas mesmas coisas. No livro de Tiago 3.11 lemos "Porventura a fonte deita da mesma abertura água doce e água amargosa?" Pois bem, como explicar que Deus que é a nossa fonte, proíba a feitiçaria em Deuteronômio e a recomende em Tobias, um livro apócrifo? Isto se constituiria numa tremenda contradição.

      Outra contradição flagrante em Tobias e em mais alguns livros apócrifos está no fato de sugerirem eles a salvação pela prática das obras; entretanto, lendo em At.10.2 e Ef.2.8-9 vamos concluir que a salvação acontece exclusivamente pela graça Divina, mediante a fé e não pelas obras; e mais, que o ato salvívico vem de deus e não dos homens. Como é absurda a doutrina pregada pela Igreja Católica Romana, principalmente a partir do Concílio de

Trento, através das páginas enlameadas e espúrias dos livros apócrifos.

 

2. CÂNON DO NOVO TESTAMENTO (SEU DESENVOLVIMENTO)

 

      A princípio os 27 livros do canônicos do Novo Testamento foram reconhecidos oficialmente. A partir daí não houve movimentos dentro do Cristianismo no sentido de acrescentar ou eliminar livros. O cânon do Novo Testamento encontrou acordo geral no seio da igreja universal.

* Os Estímulos para que se coligissem oficialmente os livros - Varias forças contribuíram para que se oficiasse os 27 livros do Novo Testamento. As quais foram:    

* O Estímulo eclesiástico a lista dos canônicos – A igreja primitiva tinha necessidades internas e externas que exigiam o reconhecimento dos livros canônicos. Sem uma lista dos livros reconhecidos, aprovados seria difícil para a igreja primitiva a execução dessa tarefa. A combinação dessas forças exerceu pressão sob os primeiros pais da igreja para produzirem uma lista oficial dos livros canônicos.   

·O Estímulo Teológico – Exigia-se um pronunciamento oficial da igreja a respeito do cânon. Pois visto que toda a escritura era proveitosa para a doutrina, tornou-se cada vez mais necessário definir os limites do legado doutrinário apostólico. Devido o Herege ter publicado uma lista muito abreviada dos livros canônicos, tornou-se necessário uma lista completa dos livros canônicos; pelo qual definissem com precisão os limites do cânon Sagrado.      

·O Estímulo Político – A política passou a influir na igreja primitiva. As perseguições do Imperador Diocleciano foram muitas. Mas Constantino (um novo imperador) se convertera ao Cristianismo, e este pediu que fosse necessário a criação da lista dos livros canônicos.  

·A Compilação e o reconhecimento progressivo dos livros canônicos – O Novo Testamento havia sido escrito durante a última metade do século I. Havendo tão grande diversidade geográfica de origens e destinatários, nem todas as igrejas haviam possuir de imediato cópias de todos os livros inspirados do Novo Testamento. Enfim seria preciso algum tempo até que houvesse um reconhecimento geral de todos os 27 livros do cânon do Novo Testamento. Daí a igreja primitiva começou de imediato a coligir todos os escritos apostólicos que pudessem autenticar.   

·A seleção dos livros fidedignos - Desde o princípio havia falsos escritos, não apostólicos, não fidedignos em circulação. Por isso escreveu Lucas em seu Evangelho à respeito sobre a vida de Jesus Cristo, Já que havia nesse tempo alguns relatos inexatos em circulação da vida de Cristo.

Sabemos também que os cristãos foram advertidos quanto as falsas cartas que lhe teriam sido enviadas em nome do apóstolo Paulo.

João, em seu evangelho destrui uma crendice que circulava no seio da igreja do século I, segundo o qual ele jamais morreria (Jo. 21: 23,24). 

Em sumo, podemos dizer que no seio da igreja havia um processo seletivo em operação. Toda e qualquer palavra de Cristo, era submetido ao ensino apostólico, de tal autoridade. Se tal palavra ou obra não pudesse er comprovada pelas testemunhas oculares (Lc. 1:2; At, 1:21-22), era rejeitada. 

· A leitura de livros autorizados - Outro sinal de que o processo da canonicação do Novo Testamento iniciou-se imediatamente na igreja do século I foi a prática da leitura pública oficial dos livros apostólicos. Paulo havia ordenado aos Tessalonicenses: "Pelo Senhor vos conjuro que esta epístola seja lida a todos os santos irmãos" (1Ts. 5:27).

      A leitura em público das palavras autorizadas de Deus era um costume antigo. Moisés e Josué o praticaram ( Ex. 24:7; Js. 8:34). Enfim, em suma, as igrejas estavam envolvidas num processo incipiente de canonização. Essa aceitação original de um livro, o qual era autorizadamente lido nas igrejas, teria importância crucial para o reconhecimento posterior de um livro canônico.

*     A circulação e a compilação dos livros - Enfim o processo de canonização desde o início da igreja estava em andamento. Os livros só eram circulados pelas igrejas, caso fossem examinados e dado por autêntico, Isso tomou-se forma nos tempos dos apóstolos, lá pelo final do século I, já todos os 27 livros do Novo Testamento haviam sido recebidos e reconhecidos pelas igrejas cristãs. O cânon estava completo, e aceito por todos os crentes de todas as cidades. Mas, por motivo da multiplicidade dos falsos escritos, e da falta de acesso imediato as condições relacionadas ao recebimento inicial de um livro, o debate a respeito do cânon prosseguiu por vários séculos, até que universalmente a igreja reconheceu a canonicidade dos 27 livros do Novo Testamento.               

A Credibilidade da Bíblia

 1.A FIDEDIGNIDADE E CONFIABILIDADE DAS ESCRITURAS

 TÓPICO 1 - A CONFIRMAÇÃO DO TEXTO HISTÓRICO

 

1b. Introdução 

 

     Estamos provando aqui não a inspiração, mas a credibilidade histórica das Escrituras.  

      Deve-se testar a credibilidade histórica das Escrituras pelos mesmos critérios usados para testar todos os documentos históricos.   

      C. Sanders, em Introduction to Research in English Literary History (introdução à pesquisa em História da Literatura Inglesa), relaciona e explica os três princípios básicos da historiografia. São, a saber, o teste bibliográfico, o teste das evidências internas e o das evidências externas. 81/143ss. 

  

2b. OTESTE BIBLIOGRAFICO DA CREDIBILIDADE DO NOVO TESTAMENTO

 

      O teste bibliográfico é um exame da transmissão textual pela qual os documentos chegam até nós. Em outras palavras, uma vez que não dispomos dos documentos originais, qual a credibilidade das cópias que temos em relação ao número de manuscritos e ao intervalo de tempo transcorrido entre o original e a cópia existente? 64/26

      F.E Peters ressalta que "baseando-se apenas na tradição dos manuscritos, as obras que formam o Novo Testamento dos cristãos foram os livros antigos mais freqüentemente copiados e mais amplamente divulgados." 69/50

 

1c. EVIDÊNCIAS DOS MANUSCRITOS ACERCA DO NOVO TESTAMENTO

 

      Atualmente sabe-se da existência de mais de 5.300 manuscritos gregos do Novo Testamento. Acrescentam-se a esse número mais de 10.000 manuscritos da Vulgata Latina e, pelo menos, 9.300 de outras antigas versões, e teremos mais de 24.000 cópias de porções do Novo Testamento. 

      Nenhum outro documento da história antiga chega perto desse números e dessa confirmação. Em comparação, a Ilíada de Homero vem em segundo lugar, com apenas 643 manuscritos que sobreviveram até hoje. O primeiro texto completo e preservado de Homero data do século treze. 58/145

 A seguir apresentamos um quadro estatístico dos manuscritos remanescentes do Novo Testamento: 

 

Gregos

Unciais

267

 

Minúsculas

2.764

 

Lecionários

2.143

 

Papiros

88

 

Achados recentes

47

Manuscritos

TOTAL

5.309

Gregos existentes

 

Versão Vulgata Latina

Mais de 10.000

Etiópico

Mais de 2.000

Eslavônico

            4.101

Armênio

            2.587

Versão Siríaca (peshita)

   Mais de 350

Copta

            100

Árabe

              75

Versão Velha Latina

              50

Anglo - Saxônico 

                7

Gótico

                6

Sogdiano

                3

Siríaco Antigo

                2

Medo - Persa

                2

Frâncico

                1

 

      As informações para os gráficos acima foram extraídas das seguintes fontes:

      ALAND, Kurt. Journal of Biblical Literature (Revista de Literatura Bíblica),v. 87, 1968. 

      ALAND, Kurt. Kurzgefasste Liste Der Griegrischen Handschriften Des Neuen Testaments (Breve Lista dos Manuscritos Gregos do Novo Testamento). W. De Gruyter, 1963.

      ALAND, Kurt. "Neue Neutestamentliche Papyrii III" (Novos Papiros Terceira Parte). In. New Testament Studies (Estudos do Novo Testamento). Jul. de 1976.

      METZGER, Bruce. The Early Versins of the New Testament As Antigas Versões do Novo Testamento). Oxford: Clarendon 1977.  

      PARVIS, Merrill M. e WIKGREN, Allen, ed. New Testament Manuscript Studies (Estudos do Manuscritos do Novo Testamento). Chicago University of Chicago, 1950.

      RHODE, Eroll F. An Annotated List of Amenian New Testament Manuscripts (Uma Lista Comentada de Manuscritos Armênios do Novo Testamento). Tóquio: IKEBURO, 1959.   

      HYATT, J. Phillip. The Bible and Modern Scholarship (A Bíblia e a Erudição Moderna). A bingdon, 1965.

      John Warwick Montgomery afirma que "ter uma atitude cética quanto ao texto disponível dos livros do Novo Testamento é permitir que toda a antigüidade clássica se torne desconhecida, pois nenhum documento da história antiga é tão bem confirmado bibliograficamente como o Novo Testamento." 64/29

      Sir Frederic G. Kenyon, que foi diretor e bibliotecário - chefe do Museu britânico, reconhecido como uma das maiores autoridades em manuscritos, diz: "...além da quantidade, os manuscritos do Novo  Testamento diferi das obras dos autores clássicos em outro aspecto, e mais uma vez a diferença é bem clara.os livros do Novo Testamento foram escritos na última parte do século primeiro; com exceção de fragmentos muitos pequenos, os manuscritos mais antigos existentes são do quarto século - cerca de 250 a 300 anos depois". Cremos que, em todos os pontos essenciais, temos um texto bastante fiel das sete peças remanescentes de Sófocles; no entanto, o manuscrito mais antigo e substancioso de ´Sófocles foi copiado mais de 1.400 anos depois de sua morte." 48/4  

      Em The Bible and Archaeology (A Bíblia e a Arqueoloiga), Kekyon afirma: "De modo que o intervalo entre as datas da composição do original e os mais antigos manuscritos existentes se torna tão pequeno a ponto de, na prática ser insignificante. Assim, já não há base qualquer dúvida de que as Escrituras tenham chegado até nós tal como foram escritas. Pode-se considerar que finalmente estão comprovadas tanto a autenticidade como a integridade dos livros do Nono Testamento." 46/288

      F.J.A. Hort acrescenta, com acerto, que "na variedade e multiplicidade de provas sobre as quais repousa, o texto do Novo Testamento destaca-se de um modo absoluto e inigualável entre os textos em prosa da antigüidade." 43/561

      J. Harold Greennlee declara: "...o número de manuscritos néo - testamentários disponíveis é surpreendentemente maior do que os de qualquer outra obra da literatura antiga. Em terceiro lugar os mais antigos manuscritos existentes do Novo Testamento foram escritos numa data muito mais próxima da composição do texto original do que no caso de qualquer outro texto da literatura antiga". 37/15

 

2.  O NOVO TESTAMENTO EM COMPARAÇÃO COM OUTRAS OBRAS DA ANTIGÜIDADE

 

2a. A Comparação de manuscritos 

 

      Em Merece Confiança o Novo Testamento?, F.F. Bruce faz comparações entre o Novo Testamento e antigos textos de história, e apresenta uma descrição marcante a respeito: "Talvez possamos avaliar melhor quão rico é o Novo Testamento em matéria de evidência manuscrita, se compararmos o material textual subsistente com outras obras históricas da antigüidade. O texto das porções existentes das duas grandes obras históricas de tácito depende totalmente de dois manuscritos, um do século nono e outro do século onze.  

     Os manuscritos remanescentes das obras menores de tácito (Dialogus de Oratoribus (Diálogo sobre os Oradores), Agricola e Germania) Provêm todos de um códice do século décimo. Conhecemos a história de Tucídedes (cerca de 460-400 a.C.) a partir de oito manuscritos, dos quais o mais antigo data de 900 A.D., e de uns poucos fragmentos de papiros, escritos aproximadamente no início da era cristã. O mesmo se dá com a História de Heródoto (cerca de 480-425 a.C.). No entanto, nenhum conhecedor profundo dos clássicos daria ouvidos à tese de que a autenticidade de Heródoto ou Tucídedes é questionável porque os mais antigos manuscritos de suas obras foram escritos mais de 1.300 anos depois dos originais." 16/23,24

      Em Introduction to New Testament Textual Criticism (Introdução à crítica Textual do Novo Testamento), Greenlee escreve acerca do hiato de tempo entre o manuscrito original (o autógrafo) e o manuscrito existente (a velha cópia remanescente), afirmando que "os mais antigos e conhecidos dos manuscritos da maioria dos autores gregos clássicos foram escritos pelo menos mil anos depois da morte do seu autor. O intervalo de tempo para os escritores latinos é um pouco menor, reduzindo-se a um mínimo de três séculos no caso de Virgílio. Todavia, no caso do Novo Testamento, dois dos mais importantes manuscritos foram escritos em prazo não superior a 300 anos após o Novo Testamento estar completo, e manuscritos virtualmente completos, de alguns livros do Novo Testamento, bem como manuscritos incompletos, mas longos, de muitas partes do Novo Testamento, foram copiados em datas tão remotas quanto um século após serem originalmente escritos." 37/36

      Greenlee acrescenta que "uma vez que os estudiosos aceitam que os escritos dos antigos clássicos são em geral fidedignos, muito embora os mais antigos manuscritos tenham sido escritos tanto tempo depois da redação original e o número de manuscritos remanescentes seja, em muitos casos, tão pequeno, está claro que da mesma forma, fica assegurada a credibilidade no texto do Novo Testamento ". 37/16

      Mesmo em relação aos Anais do famoso historiador Tácito, no que diz respeito aos seis primeiros livros dessa obra, ela só sobreviveu devido a um único manuscrito, do século nono. Em 1870 o único manuscrito conhecido da Epístola a Diogneto, um texto cristão bem antigo que os compiladores geralmente incluem entre os escritos dos pais Apostólicos, perdeu-se num incêndio na biblioteca municipal de Estrasburgo. Em contraste com esses dados estatísticos, o crítico textual do Novo Testamento fica perplexo diante da riqueza de material disponível ". 62/34 

      F.F. Bruce declara "No mundo não há qualquer corpo de literatura antiga que, à semelhança do Novo Testamento, desfrute uma tão grande riqueza de confirmação textual". 15/178 

 

AUTOR

Data do Original

Cópia mais Antiga

Intervalo em anos

N.º de Cópias

César

100-44 a.C.

900 A.D.

1.000

10

Lívio

59 a.C. - 17A.D.

 

 

20

Platão

 

 

 

7

(Tetralogias)

427 - 347 a.C..

900 A.D.

1.200

 

Tácito (Anais)

.

100 A.D.

1100 A.D.

1.000

Obras

20(-)         100 A.D.

1100 A.D.

1.000

1

Plínio Jovem

 

 

 

 

(História)

61 - 113 A.D.

850 A.D.

750

7

Tucídedes

 

 

 

 

(História)

460 - 400 a.C.

900 A.D.

1.300

8

Suetônio

 

 

 

 

(De Vita Caesarum)

.

75 - 160 A.D

950 A.D.

800

Heródoto

 

 

 

 

(História)

480 - 425 a.C.

900 A.D.

1.300

8

Horácio

 

 

 

900

Sófocles

496 - 406 a.C.

1000 A.D.

1.400

193

Lucrécio

Morto           75 - 160 A.D o

 

1.100

2

Cátulo

54 a.C.

1550 A.D.

1.600

3

Eurípides

480 - 406 a.C.

1100

1.300

200

Desmóstenes

383 - 322 a.C.

1100 A.D.

1.300

200*

Aristóteles

384 - 322 a.C.

1100 A.D.

1.400

49+

Aristófanes

450 - 385 a.C.

900 A.D.

1.200

10

 

* Todos de uma única cópia 

+ De qualquer obra isolada 

 

2b. A Comparação Textual 

 

      Bruce Metzger comenta: "Dentre todas as composições literárias escritas pelo povo grego, os poemas homéricos são os mais adequados para uma comparação com a Bíblia ".61/144 Ele acrescenta: "Em todo o corpo de literatura antiga, tanto grega como latina, a Ilíada é a que mais se aproxima do Novo Testamento por possuir a maior quantidade de testemunho de manuscritos". 61/144

      Metzger continua: "Na antigüidade os homens (1) memorizavam Homero assim como mais tarde iriam memorizar as Escrituras.(2) Tanto Homero como as Escrituras foram tidos na mais alta estima, sendo citados na defesa de argumentos acerca do céu, da terra e do Hades. (3) Homero e a Bíblia serviram de cartilha para diferentes gerações de escolares que neles aprenderam a ler. (4) Ao redor de ambos cresceu um grande volume de notas marginais e comentários. (5) Ambos tiveram glossários. (6) Ambos caíram nas mãos dos alegoristas. (7) Ambos foram imitados e tiveram suplementos - um com os hinos e escritos homéricos, tais como o Batracomiomáquia, e o outro com os livros Apócrifos. (8) Homero foi analisado e prosado; o evangelho de João foi versificado em hêxametros épicos por Nono de Panópolis. (9) Os manuscritos tanto de Homero como da Bíblia foram ilustrados. (10) As descrições homéricas apareceram nos murais de Pompéia; as basílicas cristãs foram decoradas com mosaicos e afrescos de episódios bíblicos". 61/144,145   

      E.G. Tuner destaca que, sem dúvida alguma, Homero foi o autor mais lido na antigüidade. 92/97  

      Geisler e Nix comparam as variações textuais existentes entre os documentos do Novo Testamento e as obras antigas: "Em seguida ao Novo Testamento, existem mais manuscritos remanescentes da Ilíada (643) do que de qualquer outro livro.

      Eles prosseguem dizendo que "a Ilíada tem cerca de 15.600. Há dúvidas sobre apenas 40 linhas (ou 400 palavras) do Novo Testamento, enquanto que, no caso da Ilíada, questionam-se 764 linhas. Esses cinco por cento de corrupção textual contrastam-se com o meio por cento de emendas no texto do Novo Testamento."  

      No livro Introduction to Textual Criticism of the Testament (Intrdução à critica do Novo Testamento), Benjamin Warfield cita a opinião de Ezra Abbot sobre noventa e cinco por cento das variações textuais do Novo Testamento, afirmando que elas: "... possuem base tão insignificante... embora haja várias leituras possíveis ; e noventa e cinco por cento das variações textuais do Novo Testamento, afirmando que elas: "... possuem base tão insignificante... embora haja várias leituras possíveis; e noventa e cinco por cento das variações restantes são de importância tão ínfima que sua aceitação ou rejeição não provocaria qualquer diferença significativa no sentido das passagens onde elas ocorrem". 100/14

      Geisler e Nix fazem a seguinte observação sobre como são contadas as variações textuais: "É ambíguo dizer que existem umas 200.000 variantes nos manuscritos existentes do Novo Testamento, desde que elas dizem respeito apenas 10.000 lugares no Novo Testamento. Se uma única palavra é escrita de modo errado em 3.000 manuscritos, isso é contado como sendo 3.000 variantes ou leituras". 32/361

      Fenton John Anthony Hort, que passou a vida lidando com manuscritos diz: "É bem grande a proporção de palavras que, sem que haja qualquer dúvida sobre elas, são virtualmente aceitas em todos os manuscritos.

      "Se os princípios seguidos nesta edição estão corretos, pode-se reduzir bastante esse número. Reconhecendo plenamente o dever de nos abstermos de decisões categóricas, em casos em que os dados deixam em suspenso o julgamento entre duas ou mais leituras, descobrimos que, pondo de lado as diferenças de ortografia, em nossa opinião as palavras ainda sujeitas a dúvida constituem cerca de seis por cento de todo o Novo Testamento. 

      Um estudo cuidadoso das variações (ou leituras diferentes) dos várias manuscritos mais antigos revela que nenhuma delas afeta uma única doutrina das Escrituras. O sistema de verdades espirituais contido no texto hebraico geralmente aceita do Antigo Testamento não é alterado nem deturpado por qualquer uma das diferentes leituras encontradas nos manuscritos hebraicos de datas mais antigas e que foram descobertas nas cavernas do mar Morto ou em qualquer outro lugar.

      Benjamin Warfield disse: "Se compararmos a situação atual do texto do Novo Testamento com a de qualquer outro escrito antigo, precisaremos declarar que o texto é maravilhosamente correto, tão grande é o cuidado com que o Novo  Testamento tem sido copiado - um cuidado que, sem dúvida alguma, é fruto de uma verdadeira reverência para com suas santas palavras - tão grande tem sido a providência de Deus em preservar para a sua igreja em todas as épocas um texto suficientemente exato, que o Novo Testamento não tem rival entre os escritos antigos, não apenas em termos de pureza de texto pela maneira como foi transmitido e mantido em uso, como também em termos de abundância de testemunhos, os quais chegaram até nós para corrigir falhas relativamente esporádicas." 100/12,13

 

2c. CRONOLOGIA DE IMPORTANTES MANUSCRITOS DO NOVO TESTAMENTO

 

      Métodos de Datação: Alguns dos fatores que ajudam a determinar a idade dos manuscritos são: 32/242 - 246 

 

1)Materiais                                                       5) Ornamentação

2)Tamanho e forma das letras                            6) Cor da tinta 

3)Pontuação                                                     7) Textura e cor do pergaminho  

4)Divisões do texto   

 

      O manuscrito de John Rylands (130 A.D.) encontra-se na biblioteca John Rylands, na cidade de Manchester, na inglaterra, e é o mais antigo fragmento existente do Novo Testamento.

      Bruce Metzger fala de uma crítica abandonada: "Caso se tivesse conhecido esse pequeno fragmento durante meadas do século passado, aquela escola de crítica do Novo Testamento, a qual foi inspirada pelo brilhante professor de Tubinga, Ferdinand Chriastian Baur, não poderia Ter defendido que o quarto Evangelho só foi escrito por volta de 160 A.D." 62/39 

      No antigo "Zur Datierung des Papyrus Bodmer II (P.66)" (A Respeito da Datação do Papiro Bodmer II) (In: Anzeiger Der Osterreichischen Akademie Der Wissenschaften (Informativo da Academia Austríaca de Ciências) n 4, 1960, p. 12033), "Herbert Hunger, diretor das coleções papirológicas da Biblioteca Nacional de Viena, atribui ao papiro 66 uma data anterior, meados do século segundo, ou até mesmo a primeira metade desse século; veja o artigo que ele escreveu." 62/39,40

      O códice Vaticano (325 - 350 A.D.), situado na Biblioteca do Vaticano, contém quase toda a Bíblia.

      O códice Sinaítico (350 A.D.) encontra-se no Museu Britânico. Esse manuscrito, que contém quase todo o Novo Testamento e mais da metade do Antigo Testamento, foi descoberto em 1859, no mosteiro do Monte Sinai pelo Dr. Constantin von Tischendorf, sendo presenteado ao Czar da Rússia pelo mosteiro. Posteriormente, no dia de Natal de 1933, o povo e o governo britânicos o adquiriram da União Soviética por 100.000 libras. 

      Em 1853, uma Segunda visita de Tischendorf ao mosteiro não resultou em novos manuscritos porque os monges estavam desconfiados devido ao entusiasmo que Tischendorf demonstrava diante do manuscrito que vira por ocasião de sua primeira visita, em 1844. Escondendo suas emoções, Tischendorf casualmente pediu permissão para examiná-lo mais vagarosamente aquela noite. Com a permissão concedida e tendo-se retirado para seu quarto, Tischendorf passou a noite toda tendo prazer de estudar o manuscrito - pois, como escreveu em seu diário (que, sendo um erudito, mantinha em latim), quippe dormire nefas videbatur (' na verdade, dormir parecia um sacrilégio ')! Logo descobriu que o documento continha muito mais do que ele até mesmo esperara; pois não apenas a maior parte do Antigo Testamento estava ali, como também o Novo Testamento estava intacto e em excelentes condições, havendo também duas antigas obras cristãs do segundo século, a Epístola de Barnabé (anteriormente conhecida só através de uma tradução latina bem deficiente) e uma grande porção de Pastor de Hermes, obra até então só conhecida de nome". 

 

2d. A CREDIBILIDADE DOS MANUSCRITOS APOIADA POR VÁRIAS TRADUÇÕES

 

      As traduções antigas constituem um outro forte apoio em favor do testemunho e exatidão dos textos. Em sua maior parte, "raramente a literatura antiga era traduzida para um outro idioma". 37/45

      "As primeiras versões do Novo Testamento foram preparados por missionários, para auxiliarem na propagação da fé cristã entre os povos cujas línguas nativas eram siríaco, o latim ou o copta." 62/67 

      As versões (traduções) do Novo Testamento em siríaco e em latim foram feitas por volta de 150 A.D. Isso nos deixa bem próximos da época da composição dos originais.

 

Existem mais de 15.000 cópias de várias versões

 

1 .a Versões siríacas 

 

      A velha versão siríaca contém os quatro evangelhos, copiada por volta do século quarto. É preciso explicar que "siríaca é o nome geralmente dado ao aramaico cristão. É escrito numa variação distinta do alfabeto aramaico". 15/193  

      Teodoro de Mopsuéstia (século quinto) escreveu: "Foi traduzida  para línguas dos sírios". 15/193

     Peshita. O sentido básico dessa palavra é "simples". Foi a versão padrão, preparada por volta de 150-250 A.D. Hoje existe mais de 350 manuscritos conhecidos, copiados no século quinto. 32/317 

      Siríaca Palestinense. A maioria dos estudiosos atribuem a essa versão a data de aproximadamente 400-450 A.D. (século quinto). 62/68-71 

 

2b. Versões Latinas 

 

      Velha Latina. Existem testemunhas, a partir do século quarto até o século treze, de que, no século terceiro, "uma velha versão latina circulou no norte da África e na Europa..."

      Velha Latina Africana (códice Bobbiense) 400 A.D. Metzger diz que ".E.A. Lowe revela indícios paleográficos de Ter sido copiada de um papiro do século segundo". 62/72-74

      O Códice Corbiense (400-500 A.D.) contém os quatro evangelhos.

      Códice Vercelense (360 A.D.).

      Códice Palatino (século quinto A.D.).

      Vulgata Latina (vulgata é palvra que significa "comum" ou "popular"). Jerônimo era secretário de Damásio, bispo de Roma. Entre 366 e 384, Jerônimo atendeu a um pedido do bispo para que preparasse uma versão. 15/201

 

2c. Verões Coptas (ou Egípcias)  

 

      F.F. Bruce escreveu que é próvavel que a primeira versão egípcia foi traduzida no século terceiro ou quarto. 15/214

      Bohaírica. Rodalphe Kasser, que editou o texto impresso dessa versão, calcula que ela deve datar do século quarto. 37/50

 

2d. Outras versões Antigas

 

      Armênia (a partir de 400. A.D.). Parecer Ter sido traduzido de uma Bíblia em grego obtida em Constantinopla. 

      Gótica. Século quarto.      Geórgica. Século quinto. 

      Etiópica. Século sexto.  

      Núbia. Século sexto.

 

1.A CREDIBILIDADE DOS MANUSCRITOS APOIADA

PELOS PRIMEIROS PAIS DA IGREJA 

 

      A Enciclopédia Britânica afirma: "Após Ter examinado os manuscritos e versões, crítico textual ainda assim não esgotou o estudo das provas em favor do texto do Novo Testamento. Freqüentemente os escritos dos primeiros pais da igreja refletem uma forma de texto diferente da de um ou outro manuscrito... os testemunhos que dão do texto, especialmente quando corroboram leituras oriundas de outras fontes, são algo que o crítico textual deve consultar antes de formar juízo a respeito". 25/579

      Em refência às citações em comentários, sermões, etc. , Bruce Metzger reitera a declaração acima, dizendo: "De fato, essas citações são tão vastas que, se todas as demais fontes de conhecimento sobre o texto do Novo Testamento fossem destruídas, sozinhas essas citações seriam suficientes para a reconstituição de praticamente todo o Novo Testamento". 62/86

      Após uma prolongada investigação, Darlymple chegou à seguinte conclusão: "Veja aqueles livros. Você se lembra da pergunta que me fez sobre o Novo Testamento e os pais? Aquela pergunta despertou a minha curiosidade, e, como eu conhecia todas as obras existentes dos pais do segundo e terceiro séculos, comecei a pesquisar  e, até agora, já encontrei  todo o Novo Testamento, com exceção de onze versículos". 58/35,36

      Uma advertência: Joseph Angus, em História, Doutrina e Interpretação da Bíblia ; Rio de Janeiro: Casa Publicadora Batista, 1971,1953. 2 vol., apresenta algumas limitações dos escritos patrísticos antigos: 

1.Às vezes se fazem citações sem exatidão verbal. 

2.Alguns copistas tinham tendências para erros ou para alterações intencionais.   

      Clemente de Roma (95 A.D.). Origines, em De Principus (sobre o principio), livro II, capítulo 3 , chama-o de discípulo dos apóstolos. 8/28

      Irineu, prossegue, em Contra Heresias, livro III, capítulo 3, dizendo que "ainda tinha o ensino dos apóstolos ecoando em seus ouvidos e a doutrina deles diante de seus olhos". Ele faz citações de: 

 

      Mateus                                     1Coríntios

      Marcos                                     1Pedro

      Lucas                                        Hebreus

     Atos                                           Tito  

 

      Inácio (70-110 A.D.)foi bispo de Antioquia e foi martirizado, tendo conhecido bem os apóstolos. Suas sete cartas contêm citações de: 

 

      Mateus                    Efésios                        1 e 2 Tessalonicenses

      João                        Filipenses                    1 e 2 Timóteo 

      Atos                        Gálatas                        1 Pedro

      Romanos                 Colossenses                 

      1Coríntios                Tiago  

 

      Policarpo (70-156 A.D.), martirizado aos 86 anos de idade, foi bispo de Esmirna e discípulo do apóstolo João. 

      Entre outros que também citaram o Novo Testamento encontram-se Barnabé (cerca de 70 A.D.), Hermas (cerca de 95 A.D.), Taciano (cerca de 170 A.D.) e Irineu (cerca de170 A.D.). 

      Clemente de Alexandra (150-212 A.D.). Dentre as citações que faz, 2.4000 são do Novo Testamento. Ele cita todos os livros, com exceção de três. 

      Tertuliano (160-220 A.D.) foi presbítero da igreja em Cartago, tendo citado mais de 7.000 vezes o Novo Testamento, das quais 3.800 são citações dos Evangelhos. 

      Hipólito (170-235 A.D.) faz mais de 1.300 referências ao Novo Testamento.  

     Justino Mártir (133 A.D.) combateu o herege Marcião.   

      Geisler e Nix acertadamente concluem dizendo que, "a esta altura, um rápido apanhado estatístico mostrará a existência de umas 32.000 citações do Novo Testamento feitas até a época do concílio de Nicéia (325 A.D.). Essas 32.000 são apenas um número parcial, e nem mesmo incluem os escritores do século quarto. Apenas acrescentando-se as citações feitas por um outro escritor, Eusébio, que escreveu prolificamente num período que vai até o concílio de Nicéia, teremos o total de citações do Novo Testamento aumentando para mais de 36.000". 32/353,354

      A todos esse ainda se pode acrescentar os nomes de Agostinho, Amábio, Latâncio, Crisostomo, Jerônimo, Gaio Romano, Atanásio, Ambrosósio de Milão, Cirilo, de Alexandria, Efraim o Sírio, Hilário de Poitiers, Gregório de Nissa, etc.  

      Sobre as citações patrísticas do Novo Testamento, Leo Jaganay escreve: "Dentro as volumosas obras de material não publicado que o deão Burgon deixou ao morrer, destaca-se o índice de citações do Novo Testamento, feitas pelos pais da igreja antiga. Consiste de dezesseis espessos volumes que se encontram no Museu Britânico, e contém 86.489 citações". 44/48

 

CITAÇÕES PATRÍSTICAS DO NOVO TESTAMENTO

 

 

ESCRITOR

 

Evangelhos

Atos

Epístolas Paulinas

Epístolas Gerais

Apocalipse

Total

Justino Mártir

268

10

43

6

3  266 alusões

330

Irineu

1.038

194

499

 

23

65

1.819

Clemente de Alex.

1.017

44

1.127

207

11

2.406

Orígenes

9.231

349

7.778

399

165

17.992

Tertuliano

3.822

502

2.609

120

205

7.258

Hipólito

734

42

387

27

188

1.378

Eusébio

3.258

211

1.592

88

27

5.176

Totais

19.368

1.352

14.035

870

664

36.289

*14/357

 

1b. A CREDIBILIDADE DOS MANUSCRITOS APOIADA PELOS LECIONÁRIOS 

 

      Essa é uma grandemente negligenciada, e, no entanto, o segundo maior grupo de manuscritos gregos do Novo Testamento é o dos lecionários.   

      Bruce Metzger explica a origem dos lecionários: "Seguindo o costume das sinagogas, mediante o qual em todos os sábados, por ocasião do culto religioso, liam-se trechos da lei e dos profetas, a igreja Cristã adotou a prática de ler trechos do Novo Testamento por ocasião dos cultos. Desenvolveu-se um sistema regular de lições dos Evangelhos e das Epístolas, e surgiu o costume de prepará-las de acordo com uma ordem fixa de domingos e outros dias santificados do ano cristão". 62/30

      Em geral, os lecionários refletiam uma atitude bem conservadora e utilizavam textos mais antigos. Isto os torna muito valiosos na crítica textual. 62/31

 

CONCLUSÃO   

 

      Como foi estudado, o cânon surgiu para que houvesse uma separação entre o certo e o errado. Pois não podemos viver-nos indecisos? Não é verdade? Então a questão do cânon, que significa, regra de fé, apareceu, surgiu, para que falasse não só a igreja, mais as pessoas, acerca de que quias livros da Bíblia, das Santas Escrituras, foram realmente inspiradas, feitos por uma autoridade divina. Mais não foi só isso não; para que tudo finalizasse bem  (em relação aos livros), a igreja precisou de muita luta. Os pais da igreja (os lideres questionaram muito sobre isso. Pois se podia dizer que um livro era canônico mediante alguns critérios, como por exemplo: Foi preciso provar que tal livro possuía autoridade e era dinâmico; como nós sabemos muito bem que a Bíblia tem o poder, autoridade de salvar vidas.

      Se ele era digno de confiança a aBíblia fala mesmo a verdade? Podemos nós seguir-mos o que está escrito na Bíblia? Seus ensinamentos  (como o de Paulo) possuem mesmo confiança? Enfim era preciso que fosse lido, guardado, usado e principalmente aceito pelo povo.

      Outra questão também que envolvia os livros da Bíblia; foi aquestão do Novo Testamento. A onde foi preciso provar se tal livro possuía inspiração e era apóstolico. Pois nós sabemos muito bem que a maioria das cartas relacionadas a igreja foram escritos pelos apóstolos do Senhor, que eram homens dotados pelo Espírito Santo; pelo qual eles foram guiados a escrever somente a verdad. Então o que foi questionado foi o seguinte: So se era considerado o livro (como as épistolas de Paulo aos Hebreus), caso fosse provado que foi Paulo realmente que escrevera. Caso contrário não era apóstolica, nem muito menos canônico.

      Enfim até os políicos perseguirem a igreja a respeito da canonicidade dos livros.  

      Vimos também o aparecimento, o crescimento de outros livros daBíblia considerados como (apócrifos-falsos). Daí surge a questão:”E os católicos? A onde ficam nessa história. Será que só os cristões tem razão? Somente os livros da Bíblia deles falam a verdade? Mas é a partir daí que surgiram as brigas; quanto mais a igreja católica afirmava que a nossa Bíblia é que era falsa, mais surgiam-se os falsos livros. Mais tudo isso resultou-se no seguinte: Até hoje os 66 livros constados na Bíblia dos evangélicos é que são oficialmente oficializados como canônicos; e não os 7 a mais da Bíblia dos católicos. Que por sinal em um dos seus livros apócrifos, o próprio autor pede perdâo pelo que escreve.

      Enfim resumidamente essas foram as questões que envolveram a canoicidade dos livros. Sabendo-se que tanto como o livro do Antigo como o do Novo são considerados até hoje como livros inspirados e Sagrados por Deus. E que cabe a nós, seguidores e ouvintes da palavra, dar-mos glória a Deus por por tudo que esses livros pôde e pode trazer a nós. 

 

BIBLIOGRAFIAS:

 

A Bíblia Através dos Séculos - Antônio gilberto

Introdução Bíblica - Norman Geisler

Enciclópedia Bíblica 

Enciclopédia  de Bíblia Teologia e Filosofia - R. N  Champlin, Ph.D