INTRODUÇÃO
Do estudar-mos sobre o cânon, veremos neste trabalho o seu significado, sua importância, qual o seu valor para nós os crentes. Como foi aceito pelas igrejas, como se desenvolveu, qual é a época em que envolve o cânon, qual é o papel dos lideres nisso tudo, e etc... Veremos também todo o ministério que envolveu o livro de Apocalipse a respeito de sua canonicidade. E os livros apócrifos ou os falsos livros da Bíblia? Será mesmo a Bíblia dos crentes, que contêm os livros que falam a verdade? Enfim.
CÂNON
INTRODUÇÃO
1. O SIGNIFICADO DA PALAVRA CÂNON
A palavra cânon tem raiz na palavra "cana", "junco" (do hebraico geneh, através do grego kanon ). O "junco" era usado como uma vara para medir e avaliar ..." mais tarde teve o sentido de "lista" ou "rol".15/95
Aplicada às Escrituras, a palavra cânon
significa "uma lista de livros oficialmente aceitos". 23/31
Deve-se ter em mente que a igreja não
criou o cânon nem os livros que estão incluídos naquilo que chamamos de Escrituras. Ao contrário, a
igreja reconheceu os livros que foram inspirados desde o princípio. Foram
inspirados por Deus ao serem escritos.
E a todos quantos andarem de conformidade
com esta regra, paz e misericórdia sejam sobre eles e sobre o Israel de Deus
(Gl 6:6). Nos porém, não nos gloriaremos sem medida, mas respeitamos o limite
da esfera de ação que Deus nos desmarcou e que se estende até vós (2Co 10:3).
"Não nos gloriando fora de medida
nos trabalhos alheios, e tendo esperança, de que, crescendo a vossa fé, seremos
engrandecidos entre vós, dentro da nossa esfera de ação (2Co 10:15).
A Bíblia, como o cânon sagrado, é a nossa
norma ou regra de fé e prática. Diz-se dos livros da Bíblia que são canônicos
para diferenciá-los dos apócrifos. O emprego do termo cânon foi primeiramente
aplicados aos livros da Bíblia por origines (185-254 d.C).
1a. CÂNON - DATAS E PERÍODOS
O Novo Testamento foi completado em menos de 100 anos, pois seu último livro, o apocalipse, foi escrito cerca de 96 D.C. Isto é, dá um total de 1.142 anos para a formação de ambos os Testamentos (1046+96). (Leve em conta Que a cronologia Bíblica é sempre aproximada, pois os povos orientais não tinham um sistema fixo de computação de datas.
Quando se fala do espaço total de tempo, que vai da escrita do
pentateuco ao apocalipse, é preciso intercalar os 400 anos do período
interbíblico ocorrido entre os Testamentos, o que dará um total de 1542 anos (1046+96+400).
Por isso se diz que a Bíblia foi escrita no espaço de 46 séculos. Este é o
período no Qual o cânon foi completado.
1b. CÂNON - SUA INSPIRAÇÃO
A canonicidade é determinada pela inspiração. Os livros da Bíblia não são para Deus oriundos, isto porque eles tem valor, provieram de Deus. A processo mediante o qual Deus nos concede sua revelação chama-se inspiração. È a inspiração de Deus num livro que determina sua canonicidade. Deus dá autoridade divina a um livro, e os homens de Deus o atacam. Deus revela, e o seu povo conhece o que o Senhor revelou. A canonicidade é dada por Deus e descoberta pelos homens. A Bíblia constitui o "cânon", pelo qual tudo mais deve ser medido e avaliado pelo fato de Ter autoridade concedida por Deus. Sejam quais foram as medidas (os cânones ) usados pela igreja para descobrir com exatidão que livros possuem essa autoridade canônica ou normativa, não se deve dizer que determinam a canonicidade dos livros. Dizer que o povo de Deus, mediante quaisquer regras de conhecimento, "determina" que livros são autorizados por regra de conhecimentos. 56 Deus pode conceder absoluta.
Só a inspiração divina determina a
autoridade de um livro, se ele é canônico, de natureza normativa.
1c. CÂNON - SUA DESCOBERTA
O povo de Deus tem desempenhado um papel de grande importância no processo de canonização. A comunidade dos crentes arca com a tarefa de chegar a uma conclusão sobre quais livros são realmente de Deus. A fim de cumprir esse papel, a igreja deve procurar cartas características próprias da autoridade divina. Como poderia alguém reconhecer um livro inspirado só por vê-lo? Dai vários critérios estavam em jogo nesse processo de reconhecimento. Ao qual são eles:
1.d OS PRINCÍPIOS DA DESCOBERTA DA CANONICIDADE:
Sempre existiu falsos livros e falsas mensagens. E por representarem ameaça constante, surgiu-se a necessidade de que o povo de Deus tivesse mais cuidado com a coleção de livros sagrados guardados consigo, pois poderiam haver alguns erros. A partir daí a igreja passou a questionar esses livros sagrados mediante cinco critérios; ao qual são eles:
a)O
livro é autorizado - Veio de Deus;
b)É
profético - Foi escrito por um servo de Deus;
c)É
digno de confiança - Fala a verdade a cerca de Deus;
d)É
Dinâmico - Possui o poder que transforma vidas;
e)É
aceito pelo povo de Deus para o qual foi originalmente escrito.
1. VEJAMOS AGORA CADA UM DESSES CRITÉRIOS SEPARADAMENTE:
A autoridade de um livro - Cada livro da Bíblia traz uma reivindicação de autoridade divina. A expressão "Assim diz o Senhor" está presente na Bíblia com freqüência. Sempre existe uma declaração divina. Se faltasse a um livro a Autoridade de Deus, esse era considerado não canônico , não sendo incluído no cânon sagrado.
Os livros dos profetas eram facilmente
reconhecidos como canônicos por esse princípio de autoridade. A expressão
repetida "e o Senhor me disse" ou " "a palavra do Senhor
veio a mim" è evidência abundante de sua autoridade divina. Alguns livros
não tinham reivindicação de origem divina, pelo qual foram rejeitados e tidos
como não canônicos. Talvez tenha sido o caso do livro dos justos e do livro da
guerra do Senhor. Outros livros foram questionados e desafiados quanto a sua
autoridade divina, mas por fim foram aceitos no cânon, como o livro de Ester.
Na
verdade, o simples fato de alguns livros
canônicos serem questionados quanto a sua legitimidade é uma segurança de que
os crentes usavam seu discernimento. Se os crentes não estivessem convencidos
da autoridade divina de um livro, este era rejeitado.
2. A AUTORIA PROFÉTICA DE UM LIVRO
Os livros proféticos só foram produzidos pela atuação do Espírito, que moveu alguns homens conhecidos como profetas. (2Pe. 1:10-21). A palavra de Deus só foi entregue a seu povo mediante os profetas de Deus. Todos os autores bíblicos tinham um Dom profético, ou uma função profética, ainda que tal pessoa não fosse profeta por ocupação. (Hb. 1:1).
Paulo exorta o povo de Deus em Gálata,
dizendo que suas cartas deveriam ser aceitas porque ele era apóstolo de Paulo.
Isto porque todos os livros que não proviam por profetas nomeados por Deus,
deveriam ser rejeitados. Os crentes não deviam aceitar livros de alguém que
falsamente afirmasse ser apóstolo de Cristo (2Ts. 2:2). Note que a Segunda
carta de Pedro foi objetada por alguns da igreja primitiva. Por isso enquanto
os pais da igreja não ficaram convencidos de que essa não havia sido forjada,
mas de fato viera da mão do apóstolo Pedro, como seu versículo o menciona, ela
não recebeu lugar permanente no cânon cristão.
3. A CONFIABILIDADE DE UM LIVRO
Outro sinal característico da inspiração é o ser um livro digno de confiança.
A vista desse princípio, os crentes de
beréia aceitaram os ensinos de Paulo e pesquisaram as Escrituras, para verificar
se o que o apóstolo estava ensinando , estava de fato de acordo com a revelação
de Deus no Antigo Testamento. O mero fato de um texto estar de acordo com uma
revelação anterior não indica que tal texto é inspirado. Grande parte dos
apócrifos foi rejeitada por causa do princípio da confiabilidade. Suas
anomalias históricas e heresias teológicas os rejeitaram; seriam impossível
aceitá-las como vindos de Deus; a despeito de sua aparência de autorizados. Não
podiam vir de Deus e ao mesmo tempo apresentar erros.
Alguns livros canônicos foram
questionados a base nesse mesmo princípio como a carta de judas e a de
Tiago.
4. A NATUREZA DINÂMICA DE UM LIVRO
O quarto teste canonicidade, era a capacidade do texto de transforma vidas: "... A palavra de Deus é viva e eficaz..." (Hb. 4:12) O resultado é que ela pode ser usada "para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir, em justiça" (2Tm. 3:16-17).
O apóstolo Paulo revelou-nos que a
habilidade dinâmica das escrituras inspiradas estava na aceitação das
Escrituras, como um todo, como mostra em 2 Timóteo 3:16-17. Disse Paulo a
Timóteo :" as Sagradas Escrituras podem fazer-te sábio para a Salvação. A
partir daí, outros livros e mensagens foram rejeitados porque apresentavam
falsas esperanças. (1Rs. 22:6-8) ou faziam rugir alarmes falsos (2Ts.
2:2).
5. A ACEITAÇÃO DE UM LIVRO
A Marca final de um documento escrito autorizado é seu reconhecimento pelo povo de Deus ao qual originalmente se havia destinado.
A palavra de Deus, dada mediante seus
profetas, e contendo sua verdade, deve ser reconhecida pelo seu povo. Se
determinado livro fosse recebido, coligido e usado como força de Deus, pelas
pessoas a quem originariamente se havia destinado, ficava comprovada a sua canonicidade.
Sendo o sistema de transportes atrasado como era nos tempos antigos, às vezes a
determinação da canonicidade de um livro da parte dos pais da igreja exigia
muito tempo e esforço. É por essa razão que o reconhecimento definitivo
completo, por toda a igreja cristã, dos 66 livros do cânon das Escrituras
Sagradas exigiu tantos anos.
Os livros de Moisés foram aceitos
imediatamente pelo povo de Deus. As cartas de Paulo foram recebidas
imediatamente, recebidas pelas igrejas às quais haviam sido dirigidas (1Ts.
12:13), e até pelos demais apóstolos (2Pe. 3:16). Já alguns escritos foram
rejeitados pelo povo de Deus, por não apresentarem autoridade divina. Esse
princípio de aceitação levou alguns a questionar durante algum tempo certos
livros da Bíblia, como 2 e 3 João são de natureza particular e de circulação
restrita; É compreensível, pois que houvesse alguma relutância em aceitá-los,
até que essas pessoas em dúvida tivessem absoluta certeza de que tais livros
haviam sido recebidos pelo povo de Deus do século como cartas do apóstolo
João.
* PRINCÍPIOS
QUE FORMARAM O CÂNON: (EM S
a)Sua circulação universal - Alguns livros jamais foram aceitos por falta de circulação, enquanto outros foram aceitos tariamente por falta de circulação na igreja universal, pois circulavam somente em certos setores da igreja.
b)A
autoria dos apóstolos ou dos discípulos dos apóstolos - Dentre os apóstolos
temos as epístolas de Paulo e Pedro, e o Evangelho de João. Dentre os
discípulos temos os evangelhos de Marcos, e de Lucas, o livro de Atos, a
epístola dos Hebreus e etc...
c)Livros
segundo a tradição e a doutrina dos apóstolos: Lucas, Atos, Hebreus, Apocalipse
e II Pedro.
d)Houve
rejeição de livros escritos mais tarde, após o tempo dos apóstolos. Isso
explica a rejeição final das epístolas de Clemente e etc...
e)Também
foram rejeitados os escritos ridículos ou fabulosos - Entre esses podemos
enumerar a maior parte dos livros apócrifos, o evangelho de Tomé, os evangelhos
de André, os Atos de Paulo, o Apocalipse de Pedro e etc...
f)Uso
universal por parte da igreja inteira - Alguns livros foram aceitos apenas por
determinados setores da igreja, ou somente por alguns indivíduo. Finalmente os
27 livros do Novo Testamento foram aceitos e passaram a ser universalmente
usados na igreja cristã.
Os princípios da descoberta da canonicidade
1d. TESTE PARA A INCLUSÃO DE UM LIVRO DO CÂNON
Não sabemos exatamente quais foram os critérios que a igreja primitiva usou para escolher os livros canônicos. Possivelmente houve cinco princípios orientadores, empregados para determinar se um livro do Novo Testamento era ou não canônico. Se era ou não Escritura. Geisler e Nix registram esses cinco princípios: 32/141
1) Revela autoridade? - veio da parte de Deus? (Esse livro veio com o autêntico " assim diz o Senhor"?)
2) É profético? - Foi escrito por um
homem de Deus?
3) É autêntico? (Os pais da igreja tinham a
prática de "em caso de dúvida, jogue fora". Isso acentua a validade
do discernimento que tinham sobre os livros canônicos.")
4) É dinâmico? - veio acompanhado do poder
divino de transformação de vidas?
5) Foi aceito, guardado, lido e usado? -
foi recebido pelo povo de Deus?
Pedro reconheceu as cartas de Paulo como
Escrituras em pé de igualdade com as Escrituras do Antigo Testamento (2Pedro
3:16).
O Cânon do Novo Testamento
1. TESTE PARA A INCLUSÃO DE UM LIVRO NO CÂNON DO NOVO TESTAMENTO
" Parece muito melhor concordar com Gaussen, Warfield, Charles Hodge e a maioria dos protestantes em que o teste básico de canonicidade é a autoridade apostólica, ou a aprovação apostólica, e não simplesmente autoria apostólica." 32/1831
Há nas epístolas um constante
reconhecimento de que na igreja só existe uma o fator básico para determinar a
canonicidade do novo testamento foi a inspiração divina, e o principal teste da
inspiração foi a apostolicidade. 32/181
Geisler e Nix detalham a respeito:
"Na terminologia do Novo Testamento, a igreja foi edificada 'sobre o
fundamento dos apóstolos e profetas' (Efésios 2:20). Os quais Cristo prometera
que, pelo Espírito Santo. Iriam guiar 'a toda a verdade' (João 16:13). Atos
2:42 diz que a igreja em Jerusalém perseverou 'na doutrina dos apóstolos e na
comunhão'. A palavra apostolicidade, conforme empregada para designar o teste
de canonicidade, não significa obrigatoriamente 'autoria apostólica' nem 'aquilo que foi preparado sob
a direção dos apóstolos..."
única
autoridade absoluta; a autoridade do próprio Senhor. Sempre que os apóstolos
falam com autoridade, fazem-no exercendo a autoridade do Senhor. Dessa forma,
por exemplo, quando Paulo defende sua autoridade de apóstolo, baseia-se única e
diretamente na comissão recebida do Senhor (Galatas 1 e 2); quando evoca o
direito de regulamentar a vida da igreja, declara que sua palavra tem a
autoridade do Senhor, mesmo quando nenhuma palavra específica do Senhor lhe
tenha sido transmitida (1Coríntios 14:37; cf. 1Coríntios 7:10)..."
88/117,18
O
único que, no Novo Testamento, fala com uma autoridade interna e que se impõe
por si mesmo é o Senhor." 67/18
Habitualmente, os Apóstolos fizeram referências ao Antigo testamento como autoridade divina (Rm.3.2,21; I Co.4.6; Rm.15.4; II Tm.3.15-17; II Pd.1.21). Igualmente, os Apóstolos baseavam os seus ensinos orais ou escritos na autoridade do Antigo Testamento (I Co.2.7-13; 14.17; I Ts.2.13; Ap.1.3). E ainda, ordenavam que seus escritos fossem lidos publicamente (I Ts.5.27; Cl.4.16; II Ts.2.15; II Pd.1.15; 3.1-1). Portanto, era mais do que natural e lógico que a Literatura do Novo Testamento fosse acrescentada à do Antigo Testamento, fazendo assim o Cânon do Novo Testamento. No próprio Novo testamento se vê a íntima relação existente entre ambos os testamentos (Antigo e Novo). Veja-se em I Tm. 5.18; II Pd.3.1,2,16). Na época pós-apostólica, os escritos procedentes dos apóstolos foram igualmente colecionados em um segundo volume do Cânon até se completar o que se cognomina hoje de Novo Testamento.
A coleção completa, fez-se vagarosamente
e por várias razões. Alguns livros só eram reconhecidos como apostólicos em
algumas igrejas; somente quando estes livros chegaram ao
conhecimento
de todas as igrejas e em todo o Império Romano, foi que foram realmente aceitos
como sendo de autoridade Apostólica. O processo adotado foi lento por causa do
aparecimento de algumas literaturas apócrifas, heréticas e portanto, espúrias,
com o intuito de ensinar outras doutrinas não cristãs. Apesar desta lentidão,
os livros foram aceitos e
considerados
canônicos por serem de autoria Apostólica.
Apesar da formação do Novo Testamento em
um só volume de livros ter sido morosa, nunca deixou de existir a crença de se
tratar de um compêndio de regra de fé primitiva e Apostólica. A história da
formação do Cânon do Novo Testamento serve para mostrar como se chegou
gradualmente a conhecer e reconhecer estes mesmos livros como inspirados por
Deus.
As diferenças de opinião acerca de quais
livros seriam aceitos como canônicos, foram constatadas nos escritos das
igrejas ao longo do segundo século de nossa era
1a. OS LIVROS CANÔNICOS DO NOVO TESTAMENTO
Há três razões que mostram a necessidade de se definir o cânon do Novo Testamento. 23/24
1)Um
herege, Marcião (cerca de 140 A.D.), desenvolveu seu próprio cânon e começou a
divulgá-lo. A igreja precisava contrabalançar essa influência decidindo qual
era o verdadeiro cânon das Escrituras do Novo Testamento.
2)Muitas
igrejas orientais estavam empregando nos cultos livros que eram claramente espúrios.
Isso requeria uma decisão concernente ao cânon.
3)O
edito de Diocleciano (303 A.D.) determinou a destruição dos livros sagrados dos
cristãos. Quem desejava morrer por um simples livro religioso? Eles precisavam
saber quais eram os verdadeiros livros.
Atanásio de Alexandria (367 A.D.) nos
apresenta a mais antiga lista de livros do Novo Testamento que é exatamente
igual à nossa atual. A lista faz parte do texto de uma carta comemorativa
escrita às igrejas.
Logo após atanásio, dois escritores,
Jerônimo e Agostinho, definiram o cânon de 27 livros. 15/112
Policarpo (115 A.D.), Clemente e outros
referem-se aos livros do Antigo e do
Novo Testamento com a expressão "como está escrito nas Escrituras".
Justino Mártir (100-165 A.D.),
referindo-se à Eucaristia, escreve em primeira Apologia 1.67: "E no
Domingo todos aqueles que vivem nas cidades ou no campo se reúnem num só local,
e, durante o tempo que for possível, lêem-se as memórias dos apóstolos ou
escritos dos profetas. Então, quando o leitor termina a leitura, o presidente
faz uma admoestação e um convite a que todos imitem essas boas
coisas".
Irineu (180 A.D).F.F. Bruce escreveu
acerca do significado de Irineu: "A importância de Irineu está no seu
vínculo com a era apostólica e nos seus relacionamentos ecumênicos. Educado na
Ásia menor, aos pés de Policarpo, o discípulo de João, Irineu tornou-se bispo
de Lion, Gália, em 180 A.D. Seus escritos confirmam o reconhecimento canônico
dos quatro evangelhos, Atos, Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios,
Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Timóteo, Tito, 1 Pedro e 1 João e Apocalipse.
Inácio (50-115 A.D.): "Não quero
dar-lhes mandamentos tal como fizeram Pedro e Paulo; eles foram
apóstolos..." (Aos Tralianos 3.3).
Os
concílios da igreja. É uma situação bastante parecida com a do Antigo
Testamento (veja capítulo 3, 6C, o concílio de Jâmnia).
F.F. Bruce afirma que "quando
finalmente um concílio da igreja - o sínodo de Hipona (393 A.D.) - elaborou uma
lista dos vinte e sete livros do Novo Testamento, não conferiu-lhes qualquer
autoridade que já não possuíssem, mas simplesmente registrou a canonicidade
previamente estabelecida.
Desde então não tem havido qualquer
restrição séria aos 27 livros aceitos do Novo Testamento, quer por católico -
romanos quer por protestantes.
1b. OS
APÓCRIFOS DO NOVO TESTAMENTO 32/200-205
A Epistola de pseudo - Barnabé (cerca de
70-79 A.D.)
Epístola aos Corítios (cerca de 96
A.D.)
Antiga Homília, também chamada Segunda Epístola de Clemente (cerca
de 20-140 A.D.)
Pastor de Hermas (cerca de 115-140
A.D.)
Didaquê, ou o Ensino dos Doze Apóstolos
(cerca de 100-120 A.D.)
Apocalipse de Pedro (cerca de 150
A.D.)
Os Atos de Paulo e Tecla (170 A.D.)
Epístola aos Laodicenses (século quarto?)
O Evangelhos Segundo os Hebreus (65-100
A.D.)
As Sete Epístolas de Inácio 9cerca de 100
A.D.)
E muitos outros.
1.C OS LIVROS APÓCRIFOS FORAM OU NÃO INSPIRADOS ?
Você poderia dizer: Já que você diz que
os apócrifos não foram inspirados, então me dê provas. Pois bem, o problema dos
livros apócrifos cresce de importância, na medida em que a Igreja Católica
Romana afirma que a Bíblia dos Evangélicos é falsa; justamente a partir do fato
da não aceitação dos tais livros apócrifos, e que, por via de conseqüência, é a
Bíblia dos católicos a que é realmente verdadeira e canônica.
Veja bem! O Cânon dos Judeus foi aceito
pela comunidade cristã e consiste nos mesmos livros que aparecem nas Bíblias
dos Evangélicos, num total de 39 livros no Antigo Testamento e 27 no Novo
Testamento, perfazendo assim um total de 66 livros e não 73 como pretende a
igreja Católica Romana, a partir da inclusão dos apócrifos.
Os 66 livros existentes nas Bíblias
Evangélicas foram aprovados pelos judeus, pela Igreja Primitiva e inclusive,
pela própria Igreja Católica Romana em alguns dos seus Concílios, tais como:
1. O Concílio de Damause I (366 a 384 A.D.)
2. O Concílio de Inocente I (402 a 417 A.D.)
3. O Concílio de Gelasius I (492 a 496 A.D.)
4. O Concílio de Hermidas (520 a 523 A.D.)
5. O Concílio de Laodicéia (363 A.D.)
6. O Concílio de Hipo (393 A.D.)
7. O Concílio de Cartago (397 A.D.)
8. O
Concílio de Florença (1441 A.D.)
Em todos estes Concílios, os livros
aceitos como canônicos foram os mesmos 66 que constam nas Bíblias Evangélicas,
e não os 73 constantes das Bíblias Católicas. Porém, no Concílio de Trento, em
1546, depois da reforma Protestante (Lutero) foi que a Igreja Católica Romana
decidiu incluir os tais 7 livros apócrifos e alguns fragmentos aos livros de
Ester e Daniel. Ora, o Cânon, ou seja, as Escrituras medidas e achadas certas,
foi estabelecido pelos judeus que
examinaram os livros e os acharam conforme a inspiração
divina. Depois daquele exame, os mesmos sábios separaram alguns livros e os
consideraram apócrifos, espúrios, falsos, justamente por não se enquadrarem
dentro das normas pré-estabelecidas para a sua canonicidade.
Quando se lê qualquer um dos livros apócrifos, logo se
nota as fantasias ali colocadas. Consideramos um absurdo, por exemplo, o fato
do autor pedir perdão pelo que escreveu, como se nota num dos apócrifos
(Eclesiástico).
1.d ALUSÕES
IMPLÍCITAS AOS APÓCRIFOS:
para
condená-los e para repudiá-los. Por exemplo, em Ap.21.8 encontramos algo que é
frontalmente contrário a Tobias 6.4. como explicar isto? É que em Apocalipse
diz que quanto aos feiticeiros, a sua parte será no lago de enxofre; já em
Tobias lemos a enfatização à prática da feitiçaria, respaldada na atitude de
pegar o fígado de um peixe fisgado nas águas do rio Tigre, e, depois de
passá-lo na brasa, provocando uma fumaça estranha e miraculosa; com ela,
espantar os demônios. Mais adiante o mesmo Tobias 3.8 informa que o fel do
peixe foi passado nos olhos do pai de Tobias, que também se chamava Tobias e
este fora curado de uma cegueira. Isto é uma autêntica bobagem, além de ser uma
grande mentira. Em Ap.21.8 lemos que os mentirosos não entrarão no reino dos
Céus.
Em Dt.
18.9-14 vamos encontrar uma condenação à prática destas coisas, enquanto que em
Tobias encontramos os benefícios pela prática destas mesmas coisas. No livro de
Tiago 3.11 lemos "Porventura a fonte deita da mesma abertura água doce e
água amargosa?" Pois bem, como explicar que Deus que é a nossa fonte,
proíba a feitiçaria em Deuteronômio e a recomende em Tobias, um livro apócrifo?
Isto se constituiria numa tremenda contradição.
Outra contradição flagrante em Tobias e
em mais alguns livros apócrifos está no fato de sugerirem eles a salvação pela
prática das obras; entretanto, lendo em At.10.2 e Ef.2.8-9 vamos concluir que a
salvação acontece exclusivamente pela graça Divina, mediante a fé e não pelas
obras; e mais, que o ato salvívico vem de deus e não dos homens. Como é absurda
a doutrina pregada pela Igreja Católica Romana, principalmente a partir do
Concílio de
Trento,
através das páginas enlameadas e espúrias dos livros apócrifos.
2. CÂNON DO
NOVO TESTAMENTO (SEU DESENVOLVIMENTO)
A princípio os 27 livros do canônicos do
Novo Testamento foram reconhecidos oficialmente. A partir daí não houve
movimentos dentro do Cristianismo no sentido de acrescentar ou eliminar livros.
O cânon do Novo Testamento encontrou acordo geral no seio da igreja universal.
*
Os Estímulos para que se coligissem oficialmente os livros - Varias forças
contribuíram para que se oficiasse os 27 livros do Novo Testamento. As quais
foram:
*
O Estímulo eclesiástico a lista dos canônicos – A igreja primitiva tinha
necessidades internas e externas que exigiam o reconhecimento dos livros
canônicos. Sem uma lista dos livros reconhecidos, aprovados seria difícil para
a igreja primitiva a execução dessa tarefa. A combinação dessas forças exerceu
pressão sob os primeiros pais da igreja para produzirem uma lista oficial dos
livros canônicos.
·O
Estímulo Teológico – Exigia-se um pronunciamento oficial da igreja a respeito
do cânon. Pois visto que toda a escritura era proveitosa para a doutrina,
tornou-se cada vez mais necessário definir os limites do legado doutrinário
apostólico. Devido o Herege ter publicado uma lista muito abreviada dos livros
canônicos, tornou-se necessário uma lista completa dos livros canônicos; pelo
qual definissem com precisão os limites do cânon Sagrado.
·O
Estímulo Político – A política passou a influir na igreja primitiva. As
perseguições do Imperador Diocleciano foram muitas. Mas Constantino (um novo
imperador) se convertera ao Cristianismo, e este pediu que fosse necessário a
criação da lista dos livros canônicos.
·A
Compilação e o reconhecimento progressivo dos livros canônicos – O Novo
Testamento havia sido escrito durante a última metade do século I. Havendo tão
grande diversidade geográfica de origens e destinatários, nem todas as igrejas
haviam possuir de imediato cópias de todos os livros inspirados do Novo
Testamento. Enfim seria preciso algum tempo até que houvesse um reconhecimento
geral de todos os 27 livros do cânon do Novo Testamento. Daí a igreja primitiva
começou de imediato a coligir todos os escritos apostólicos que pudessem
autenticar.
·A
seleção dos livros fidedignos - Desde o princípio havia falsos escritos, não
apostólicos, não fidedignos em circulação. Por isso escreveu Lucas em seu
Evangelho à respeito sobre a vida de Jesus Cristo, Já que havia nesse tempo
alguns relatos inexatos em circulação da vida de Cristo.
Sabemos também que os cristãos foram
advertidos quanto as falsas cartas que lhe teriam sido enviadas em nome do
apóstolo Paulo.
João, em seu evangelho destrui uma crendice
que circulava no seio da igreja do século I, segundo o qual ele jamais morreria
(Jo. 21: 23,24).
Em sumo, podemos dizer que no seio da igreja
havia um processo seletivo em operação. Toda e qualquer palavra de Cristo, era
submetido ao ensino apostólico, de tal autoridade. Se tal palavra ou obra não
pudesse er comprovada pelas testemunhas oculares (Lc. 1:2; At, 1:21-22), era
rejeitada.
·
A leitura de livros autorizados - Outro sinal de que o processo da canonicação
do Novo Testamento iniciou-se imediatamente na igreja do século I foi a prática
da leitura pública oficial dos livros apostólicos. Paulo havia ordenado aos
Tessalonicenses: "Pelo Senhor vos conjuro que esta epístola seja lida a
todos os santos irmãos" (1Ts. 5:27).
A leitura em público das palavras
autorizadas de Deus era um costume antigo. Moisés e Josué o praticaram ( Ex.
24:7; Js. 8:34). Enfim, em suma, as igrejas estavam envolvidas num processo
incipiente de canonização. Essa aceitação original de um livro, o qual era
autorizadamente lido nas igrejas, teria importância crucial para o
reconhecimento posterior de um livro canônico.
* A circulação e a compilação dos livros -
Enfim o processo de canonização desde o início da igreja estava em andamento.
Os livros só eram circulados pelas igrejas, caso fossem examinados e dado por
autêntico, Isso tomou-se forma nos tempos dos apóstolos, lá pelo final do
século I, já todos os 27 livros do Novo Testamento haviam sido recebidos e
reconhecidos pelas igrejas cristãs. O cânon estava completo, e aceito por todos
os crentes de todas as cidades. Mas, por motivo da multiplicidade dos falsos
escritos, e da falta de acesso imediato as condições relacionadas ao
recebimento inicial de um livro, o debate a respeito do cânon prosseguiu por
vários séculos, até que universalmente a igreja reconheceu a canonicidade dos
27 livros do Novo Testamento.
A Credibilidade da Bíblia
1.A FIDEDIGNIDADE E CONFIABILIDADE DAS ESCRITURAS
TÓPICO 1 - A CONFIRMAÇÃO DO TEXTO HISTÓRICO
1b.
Introdução
Estamos provando aqui não a inspiração,
mas a credibilidade histórica das Escrituras.
Deve-se testar a credibilidade histórica
das Escrituras pelos mesmos critérios usados para testar todos os documentos
históricos.
C. Sanders, em Introduction to Research
in English Literary History (introdução à pesquisa em História da Literatura
Inglesa), relaciona e explica os três princípios básicos da historiografia.
São, a saber, o teste bibliográfico, o teste das evidências internas e o das
evidências externas. 81/143ss.
2b. OTESTE
BIBLIOGRAFICO DA CREDIBILIDADE DO NOVO TESTAMENTO
O
teste bibliográfico é um exame da transmissão textual pela qual os documentos
chegam até nós. Em outras palavras, uma vez que não dispomos dos documentos
originais, qual a credibilidade das cópias que temos em relação ao número de
manuscritos e ao intervalo de tempo transcorrido entre o original e a cópia
existente? 64/26
F.E Peters ressalta que "baseando-se
apenas na tradição dos manuscritos, as obras que formam o Novo Testamento dos
cristãos foram os livros antigos mais freqüentemente copiados e mais amplamente
divulgados." 69/50
1c.
EVIDÊNCIAS DOS MANUSCRITOS ACERCA DO NOVO TESTAMENTO
Atualmente sabe-se da existência de mais
de 5.300 manuscritos gregos do Novo Testamento. Acrescentam-se a esse número
mais de 10.000 manuscritos da Vulgata Latina e, pelo menos, 9.300 de outras
antigas versões, e teremos mais de 24.000 cópias de porções do Novo
Testamento.
Nenhum outro documento da história antiga
chega perto desse números e dessa confirmação. Em comparação, a Ilíada de
Homero vem em segundo lugar, com apenas 643 manuscritos que sobreviveram até
hoje. O primeiro texto completo e preservado de Homero data do século treze.
58/145
A seguir apresentamos um quadro estatístico dos manuscritos remanescentes do Novo Testamento:
Gregos |
||
Unciais |
267 |
|
Minúsculas |
2.764 |
|
Lecionários |
2.143 |
|
Papiros |
88 |
|
Achados
recentes |
47 |
Manuscritos |
TOTAL |
5.309 |
Gregos
existentes |
Versão
Vulgata Latina |
Mais de
10.000 |
Etiópico |
Mais de
2.000 |
Eslavônico |
4.101 |
Armênio |
2.587 |
Versão
Siríaca (peshita) |
Mais de 350 |
Copta |
100 |
Árabe |
75 |
Versão
Velha Latina |
50 |
Anglo -
Saxônico |
7 |
Gótico |
6 |
Sogdiano |
3 |
Siríaco
Antigo |
2 |
Medo -
Persa |
2 |
Frâncico |
1 |
As informações para os gráficos acima
foram extraídas das seguintes fontes:
ALAND, Kurt. Journal of Biblical
Literature (Revista de Literatura Bíblica),v. 87, 1968.
ALAND, Kurt. Kurzgefasste Liste Der
Griegrischen Handschriften Des Neuen Testaments (Breve Lista dos Manuscritos
Gregos do Novo Testamento). W. De Gruyter, 1963.
ALAND, Kurt. "Neue Neutestamentliche
Papyrii III" (Novos Papiros Terceira Parte). In. New Testament Studies
(Estudos do Novo Testamento). Jul. de 1976.
METZGER, Bruce. The Early Versins of the
New Testament As Antigas Versões do Novo Testamento). Oxford: Clarendon
1977.
PARVIS, Merrill M. e WIKGREN, Allen, ed.
New Testament Manuscript Studies (Estudos do Manuscritos do Novo Testamento).
Chicago University of Chicago, 1950.
RHODE, Eroll F. An Annotated List of Amenian
New Testament Manuscripts (Uma Lista Comentada de Manuscritos Armênios do Novo
Testamento). Tóquio: IKEBURO, 1959.
HYATT, J. Phillip. The Bible and Modern
Scholarship (A Bíblia e a Erudição Moderna). A bingdon, 1965.
John Warwick Montgomery afirma que
"ter uma atitude cética quanto ao texto disponível dos livros do Novo
Testamento é permitir que toda a antigüidade clássica se torne desconhecida,
pois nenhum documento da história antiga é tão bem confirmado
bibliograficamente como o Novo Testamento." 64/29
Sir Frederic G. Kenyon, que foi diretor e
bibliotecário - chefe do Museu britânico, reconhecido como uma das maiores
autoridades em manuscritos, diz: "...além da quantidade, os manuscritos do
Novo Testamento diferi das obras dos
autores clássicos em outro aspecto, e mais uma vez a diferença é bem clara.os
livros do Novo Testamento foram escritos na última parte do século primeiro;
com exceção de fragmentos muitos pequenos, os manuscritos mais antigos
existentes são do quarto século - cerca de 250 a 300 anos depois". Cremos
que, em todos os pontos essenciais, temos um texto bastante fiel das sete peças
remanescentes de Sófocles; no entanto, o manuscrito mais antigo e substancioso
de ´Sófocles foi copiado mais de 1.400 anos depois de sua morte."
48/4
Em The Bible and Archaeology (A Bíblia e
a Arqueoloiga), Kekyon afirma: "De modo que o intervalo entre as datas da
composição do original e os mais antigos manuscritos existentes se torna tão
pequeno a ponto de, na prática ser insignificante. Assim, já não há base
qualquer dúvida de que as Escrituras tenham chegado até nós tal como foram
escritas. Pode-se considerar que finalmente estão comprovadas tanto a
autenticidade como a integridade dos livros do Nono Testamento." 46/288
F.J.A. Hort acrescenta, com acerto, que
"na variedade e multiplicidade de provas sobre as quais repousa, o texto
do Novo Testamento destaca-se de um modo absoluto e inigualável entre os textos
em prosa da antigüidade." 43/561
J. Harold Greennlee declara: "...o
número de manuscritos néo - testamentários disponíveis é surpreendentemente
maior do que os de qualquer outra obra da literatura antiga. Em terceiro lugar
os mais antigos manuscritos existentes do Novo Testamento foram escritos numa
data muito mais próxima da composição do texto original do que no caso de
qualquer outro texto da literatura antiga". 37/15
2. O NOVO TESTAMENTO EM COMPARAÇÃO COM OUTRAS
OBRAS DA ANTIGÜIDADE
2a. A
Comparação de manuscritos
Em Merece Confiança o Novo Testamento?,
F.F. Bruce faz comparações entre o Novo Testamento e antigos textos de
história, e apresenta uma descrição marcante a respeito: "Talvez possamos
avaliar melhor quão rico é o Novo Testamento em matéria de evidência
manuscrita, se compararmos o material textual subsistente com outras obras
históricas da antigüidade. O texto das porções existentes das duas grandes
obras históricas de tácito depende totalmente de dois manuscritos, um do século
nono e outro do século onze.
Os manuscritos remanescentes das obras
menores de tácito (Dialogus de Oratoribus (Diálogo sobre os Oradores), Agricola
e Germania) Provêm todos de um códice do século décimo. Conhecemos a história
de Tucídedes (cerca de 460-400 a.C.) a partir de oito manuscritos, dos quais o
mais antigo data de 900 A.D., e de uns poucos fragmentos de papiros, escritos
aproximadamente no início da era cristã. O mesmo se dá com a História de
Heródoto (cerca de 480-425 a.C.). No entanto, nenhum conhecedor profundo dos
clássicos daria ouvidos à tese de que a autenticidade de Heródoto ou Tucídedes
é questionável porque os mais antigos manuscritos de suas obras foram escritos
mais de 1.300 anos depois dos originais." 16/23,24
Em Introduction to New Testament Textual
Criticism (Introdução à crítica Textual do Novo Testamento), Greenlee escreve
acerca do hiato de tempo entre o manuscrito original (o autógrafo) e o
manuscrito existente (a velha cópia remanescente), afirmando que "os mais
antigos e conhecidos dos manuscritos da maioria dos autores gregos clássicos
foram escritos pelo menos mil anos depois da morte do seu autor. O intervalo de
tempo para os escritores latinos é um pouco menor, reduzindo-se a um mínimo de
três séculos no caso de Virgílio. Todavia, no caso do Novo Testamento, dois dos
mais importantes manuscritos foram escritos em prazo não superior a 300 anos
após o Novo Testamento estar completo, e manuscritos virtualmente completos, de
alguns livros do Novo Testamento, bem como manuscritos incompletos, mas longos,
de muitas partes do Novo Testamento, foram copiados em datas tão remotas quanto
um século após serem originalmente escritos." 37/36
Greenlee acrescenta que "uma vez que
os estudiosos aceitam que os escritos dos antigos clássicos são em geral
fidedignos, muito embora os mais antigos manuscritos tenham sido escritos tanto
tempo depois da redação original e o número de manuscritos remanescentes seja,
em muitos casos, tão pequeno, está claro que da mesma forma, fica assegurada a
credibilidade no texto do Novo Testamento ". 37/16
Mesmo em relação aos Anais do famoso
historiador Tácito, no que diz respeito aos seis primeiros livros dessa obra,
ela só sobreviveu devido a um único manuscrito, do século nono. Em 1870 o único
manuscrito conhecido da Epístola a Diogneto, um texto cristão bem antigo que os
compiladores geralmente incluem entre os escritos dos pais Apostólicos,
perdeu-se num incêndio na biblioteca municipal de Estrasburgo. Em contraste com
esses dados estatísticos, o crítico textual do Novo Testamento fica perplexo
diante da riqueza de material disponível ". 62/34
F.F. Bruce declara "No mundo não há
qualquer corpo de literatura antiga que, à semelhança do Novo Testamento,
desfrute uma tão grande riqueza de confirmação textual". 15/178
AUTOR |
Data do Original |
Cópia mais Antiga |
Intervalo em anos |
N.º de Cópias |
César |
100-44
a.C. |
900 A.D. |
1.000 |
10 |
Lívio |
59 a.C. -
17A.D. |
|
|
20 |
Platão |
|
|
|
7 |
(Tetralogias) |
427 - 347
a.C.. |
900 A.D. |
1.200 |
|
Tácito
(Anais) |
. |
100 A.D. |
1100 A.D. |
1.000 |
Obras |
20(-) 100 A.D. |
1100 A.D. |
1.000 |
1 |
Plínio
Jovem |
|
|
|
|
(História) |
61 - 113
A.D. |
850 A.D. |
750 |
7 |
Tucídedes |
|
|
|
|
(História) |
460 - 400
a.C. |
900 A.D. |
1.300 |
8 |
Suetônio |
|
|
|
|
(De Vita
Caesarum) |
. |
75 - 160
A.D |
950 A.D. |
800 |
Heródoto |
|
|
|
|
(História) |
480 - 425
a.C. |
900 A.D. |
1.300 |
8 |
Horácio |
|
|
|
900 |
Sófocles |
496 - 406
a.C. |
1000 A.D. |
1.400 |
193 |
Lucrécio |
Morto 75 - 160 A.D o |
|
1.100 |
2 |
Cátulo |
54 a.C. |
1550 A.D. |
1.600 |
3 |
Eurípides |
480 - 406
a.C. |
1100 |
1.300 |
200 |
Desmóstenes |
383 - 322
a.C. |
1100 A.D. |
1.300 |
200* |
Aristóteles |
384 - 322
a.C. |
1100 A.D. |
1.400 |
49+ |
Aristófanes |
450 - 385
a.C. |
900 A.D. |
1.200 |
10 |
* Todos de
uma única cópia
+ De
qualquer obra isolada
2b. A
Comparação Textual
Bruce Metzger comenta: "Dentre todas
as composições literárias escritas pelo povo grego, os poemas homéricos são os
mais adequados para uma comparação com a Bíblia ".61/144 Ele acrescenta:
"Em todo o corpo de literatura antiga, tanto grega como latina, a Ilíada é
a que mais se aproxima do Novo Testamento por possuir a maior quantidade de
testemunho de manuscritos". 61/144
Metzger continua: "Na antigüidade os
homens (1) memorizavam Homero assim como mais tarde iriam memorizar as
Escrituras.(2) Tanto Homero como as Escrituras foram tidos na mais alta estima,
sendo citados na defesa de argumentos acerca do céu, da terra e do Hades. (3)
Homero e a Bíblia serviram de cartilha para diferentes gerações de escolares
que neles aprenderam a ler. (4) Ao redor de ambos cresceu um grande volume de
notas marginais e comentários. (5) Ambos tiveram glossários. (6) Ambos caíram
nas mãos dos alegoristas. (7) Ambos foram imitados e tiveram suplementos - um
com os hinos e escritos homéricos, tais como o Batracomiomáquia, e o outro com
os livros Apócrifos. (8) Homero foi analisado e prosado; o evangelho de João
foi versificado em hêxametros épicos por Nono de Panópolis. (9) Os manuscritos
tanto de Homero como da Bíblia foram ilustrados. (10) As descrições homéricas
apareceram nos murais de Pompéia; as basílicas cristãs foram decoradas com
mosaicos e afrescos de episódios bíblicos". 61/144,145
E.G. Tuner destaca que, sem dúvida
alguma, Homero foi o autor mais lido na antigüidade. 92/97
Geisler e Nix comparam as variações
textuais existentes entre os documentos do Novo Testamento e as obras antigas:
"Em seguida ao Novo Testamento, existem mais manuscritos remanescentes da
Ilíada (643) do que de qualquer outro livro.
Eles prosseguem dizendo que "a
Ilíada tem cerca de 15.600. Há dúvidas sobre apenas 40 linhas (ou 400 palavras)
do Novo Testamento, enquanto que, no caso da Ilíada, questionam-se 764 linhas.
Esses cinco por cento de corrupção textual contrastam-se com o meio por cento
de emendas no texto do Novo Testamento."
No livro Introduction to Textual
Criticism of the Testament (Intrdução à critica do Novo Testamento), Benjamin
Warfield cita a opinião de Ezra Abbot sobre noventa e cinco por cento das
variações textuais do Novo Testamento, afirmando que elas: "... possuem
base tão insignificante... embora haja várias leituras possíveis ; e noventa e
cinco por cento das variações textuais do Novo Testamento, afirmando que elas:
"... possuem base tão insignificante... embora haja várias leituras
possíveis; e noventa e cinco por cento das variações restantes são de
importância tão ínfima que sua aceitação ou rejeição não provocaria qualquer
diferença significativa no sentido das passagens onde elas ocorrem".
100/14
Geisler e Nix fazem a seguinte observação
sobre como são contadas as variações textuais: "É ambíguo dizer que
existem umas 200.000 variantes nos manuscritos existentes do Novo Testamento,
desde que elas dizem respeito apenas 10.000 lugares no Novo Testamento. Se uma
única palavra é escrita de modo errado em 3.000 manuscritos, isso é contado
como sendo 3.000 variantes ou leituras". 32/361
Fenton John Anthony Hort, que passou a
vida lidando com manuscritos diz: "É bem grande a proporção de palavras
que, sem que haja qualquer dúvida sobre elas, são virtualmente aceitas em todos
os manuscritos.
"Se os princípios seguidos nesta
edição estão corretos, pode-se reduzir bastante esse número. Reconhecendo
plenamente o dever de nos abstermos de decisões categóricas, em casos em que os
dados deixam em suspenso o julgamento entre duas ou mais leituras, descobrimos
que, pondo de lado as diferenças de ortografia, em nossa opinião as palavras
ainda sujeitas a dúvida constituem cerca de seis por cento de todo o Novo
Testamento.
Um estudo cuidadoso das variações (ou
leituras diferentes) dos várias manuscritos mais antigos revela que nenhuma
delas afeta uma única doutrina das Escrituras. O sistema de verdades
espirituais contido no texto hebraico geralmente aceita do Antigo Testamento
não é alterado nem deturpado por qualquer uma das diferentes leituras
encontradas nos manuscritos hebraicos de datas mais antigas e que foram
descobertas nas cavernas do mar Morto ou em qualquer outro lugar.
Benjamin Warfield disse: "Se
compararmos a situação atual do texto do Novo Testamento com a de qualquer
outro escrito antigo, precisaremos declarar que o texto é maravilhosamente
correto, tão grande é o cuidado com que o Novo
Testamento tem sido copiado - um cuidado que, sem dúvida alguma, é fruto
de uma verdadeira reverência para com suas santas palavras - tão grande tem
sido a providência de Deus em preservar para a sua igreja em todas as épocas um
texto suficientemente exato, que o Novo Testamento não tem rival entre os
escritos antigos, não apenas em termos de pureza de texto pela maneira como foi
transmitido e mantido em uso, como também em termos de abundância de
testemunhos, os quais chegaram até nós para corrigir falhas relativamente
esporádicas." 100/12,13
2c.
CRONOLOGIA DE IMPORTANTES MANUSCRITOS DO NOVO TESTAMENTO
Métodos de Datação: Alguns dos fatores
que ajudam a determinar a idade dos manuscritos são: 32/242 - 246
1)Materiais
5) Ornamentação
2)Tamanho
e forma das letras
6) Cor da tinta
3)Pontuação
7) Textura e cor do pergaminho
4)Divisões
do texto
O manuscrito de John Rylands (130 A.D.)
encontra-se na biblioteca John Rylands, na cidade de Manchester, na inglaterra,
e é o mais antigo fragmento existente do Novo Testamento.
Bruce Metzger fala de uma crítica
abandonada: "Caso se tivesse conhecido esse pequeno fragmento durante
meadas do século passado, aquela escola de crítica do Novo Testamento, a qual
foi inspirada pelo brilhante professor de Tubinga, Ferdinand Chriastian Baur,
não poderia Ter defendido que o quarto Evangelho só foi escrito por volta de
160 A.D." 62/39
No antigo "Zur Datierung des Papyrus
Bodmer II (P.66)" (A Respeito da Datação do Papiro Bodmer II) (In:
Anzeiger Der Osterreichischen Akademie Der Wissenschaften (Informativo da
Academia Austríaca de Ciências) n 4, 1960, p. 12033), "Herbert Hunger,
diretor das coleções papirológicas da Biblioteca Nacional de Viena, atribui ao
papiro 66 uma data anterior, meados do século segundo, ou até mesmo a primeira
metade desse século; veja o artigo que ele escreveu." 62/39,40
O códice Vaticano (325 - 350 A.D.),
situado na Biblioteca do Vaticano, contém quase toda a Bíblia.
O códice Sinaítico (350 A.D.) encontra-se
no Museu Britânico. Esse manuscrito, que contém quase todo o Novo Testamento e
mais da metade do Antigo Testamento, foi descoberto em 1859, no mosteiro do
Monte Sinai pelo Dr. Constantin von Tischendorf, sendo presenteado ao Czar da
Rússia pelo mosteiro. Posteriormente, no dia de Natal de 1933, o povo e o
governo britânicos o adquiriram da União Soviética por 100.000 libras.
Em 1853, uma Segunda visita de
Tischendorf ao mosteiro não resultou em novos manuscritos porque os monges
estavam desconfiados devido ao entusiasmo que Tischendorf demonstrava diante do
manuscrito que vira por ocasião de sua primeira visita, em 1844. Escondendo
suas emoções, Tischendorf casualmente pediu permissão para examiná-lo mais
vagarosamente aquela noite. Com a permissão concedida e tendo-se retirado para
seu quarto, Tischendorf passou a noite toda tendo prazer de estudar o
manuscrito - pois, como escreveu em seu diário (que, sendo um erudito, mantinha
em latim), quippe dormire nefas videbatur (' na verdade, dormir parecia um
sacrilégio ')! Logo descobriu que o documento continha muito mais do que ele
até mesmo esperara; pois não apenas a maior parte do Antigo Testamento estava
ali, como também o Novo Testamento estava intacto e em excelentes condições,
havendo também duas antigas obras cristãs do segundo século, a Epístola de
Barnabé (anteriormente conhecida só através de uma tradução latina bem
deficiente) e uma grande porção de Pastor de Hermes, obra até então só
conhecida de nome".
2d. A
CREDIBILIDADE DOS MANUSCRITOS APOIADA POR VÁRIAS TRADUÇÕES
As traduções antigas constituem um outro
forte apoio em favor do testemunho e exatidão dos textos. Em sua maior parte,
"raramente a literatura antiga era traduzida para um outro idioma".
37/45
"As primeiras versões do Novo
Testamento foram preparados por missionários, para auxiliarem na propagação da
fé cristã entre os povos cujas línguas nativas eram siríaco, o latim ou o
copta." 62/67
As versões (traduções) do Novo Testamento
em siríaco e em latim foram feitas por volta de 150 A.D. Isso nos deixa bem
próximos da época da composição dos originais.
Existem mais de 15.000 cópias de várias
versões
1 .a Versões
siríacas
A velha versão siríaca contém os quatro
evangelhos, copiada por volta do século quarto. É preciso explicar que
"siríaca é o nome geralmente dado ao aramaico cristão. É escrito numa
variação distinta do alfabeto aramaico". 15/193
Teodoro de Mopsuéstia (século quinto)
escreveu: "Foi traduzida para
línguas dos sírios". 15/193
Peshita. O sentido básico dessa palavra é
"simples". Foi a versão padrão, preparada por volta de 150-250 A.D.
Hoje existe mais de 350 manuscritos conhecidos, copiados no século quinto.
32/317
Siríaca Palestinense. A maioria dos estudiosos
atribuem a essa versão a data de aproximadamente 400-450 A.D. (século quinto).
62/68-71
2b. Versões
Latinas
Velha Latina. Existem testemunhas, a
partir do século quarto até o século treze, de que, no século terceiro,
"uma velha versão latina circulou no norte da África e na Europa..."
Velha Latina Africana (códice Bobbiense)
400 A.D. Metzger diz que ".E.A. Lowe revela indícios paleográficos de Ter
sido copiada de um papiro do século segundo". 62/72-74
O Códice Corbiense (400-500 A.D.) contém
os quatro evangelhos.
Códice Vercelense (360 A.D.).
Códice Palatino (século quinto A.D.).
Vulgata Latina (vulgata é palvra que
significa "comum" ou "popular"). Jerônimo era secretário de
Damásio, bispo de Roma. Entre 366 e 384, Jerônimo atendeu a um pedido do bispo
para que preparasse uma versão. 15/201
2c. Verões
Coptas (ou Egípcias)
F.F. Bruce escreveu que é próvavel que a
primeira versão egípcia foi traduzida no século terceiro ou quarto. 15/214
Bohaírica. Rodalphe Kasser, que editou o
texto impresso dessa versão, calcula que ela deve datar do século quarto. 37/50
2d. Outras
versões Antigas
Armênia (a partir de 400. A.D.). Parecer
Ter sido traduzido de uma Bíblia em grego obtida em Constantinopla.
Gótica. Século quarto. Geórgica. Século quinto.
Etiópica. Século sexto.
Núbia. Século sexto.
1.A
CREDIBILIDADE DOS MANUSCRITOS APOIADA
PELOS
PRIMEIROS PAIS DA IGREJA
A Enciclopédia Britânica afirma:
"Após Ter examinado os manuscritos e versões, crítico textual ainda assim
não esgotou o estudo das provas em favor do texto do Novo Testamento.
Freqüentemente os escritos dos primeiros pais da igreja refletem uma forma de
texto diferente da de um ou outro manuscrito... os testemunhos que dão do
texto, especialmente quando corroboram leituras oriundas de outras fontes, são
algo que o crítico textual deve consultar antes de formar juízo a
respeito". 25/579
Em refência às citações em comentários,
sermões, etc. , Bruce Metzger reitera a declaração acima, dizendo: "De
fato, essas citações são tão vastas que, se todas as demais fontes de
conhecimento sobre o texto do Novo Testamento fossem destruídas, sozinhas essas
citações seriam suficientes para a reconstituição de praticamente todo o Novo
Testamento". 62/86
Após uma prolongada investigação,
Darlymple chegou à seguinte conclusão: "Veja aqueles livros. Você se
lembra da pergunta que me fez sobre o Novo Testamento e os pais? Aquela
pergunta despertou a minha curiosidade, e, como eu conhecia todas as obras
existentes dos pais do segundo e terceiro séculos, comecei a pesquisar e, até agora, já encontrei todo o Novo Testamento, com exceção de onze
versículos". 58/35,36
Uma advertência: Joseph Angus, em História,
Doutrina e Interpretação da Bíblia ; Rio de Janeiro: Casa Publicadora Batista,
1971,1953. 2 vol., apresenta algumas limitações dos escritos patrísticos
antigos:
1.Às
vezes se fazem citações sem exatidão verbal.
2.Alguns
copistas tinham tendências para erros ou para alterações intencionais.
Clemente de Roma (95 A.D.). Origines, em
De Principus (sobre o principio), livro II, capítulo 3 , chama-o de discípulo
dos apóstolos. 8/28
Irineu, prossegue, em Contra Heresias,
livro III, capítulo 3, dizendo que "ainda tinha o ensino dos apóstolos
ecoando em seus ouvidos e a doutrina deles diante de seus olhos". Ele faz
citações de:
Mateus 1Coríntios
Marcos 1Pedro
Lucas Hebreus
Atos
Tito
Inácio (70-110 A.D.)foi bispo de
Antioquia e foi martirizado, tendo conhecido bem os apóstolos. Suas sete cartas
contêm citações de:
Mateus Efésios 1 e 2 Tessalonicenses
João Filipenses 1 e 2 Timóteo
Atos Gálatas 1 Pedro
Romanos Colossenses
1Coríntios Tiago
Policarpo (70-156 A.D.), martirizado aos
86 anos de idade, foi bispo de Esmirna e discípulo do apóstolo João.
Entre outros que também citaram o Novo
Testamento encontram-se Barnabé (cerca de 70 A.D.), Hermas (cerca de 95 A.D.),
Taciano (cerca de 170 A.D.) e Irineu (cerca de170 A.D.).
Clemente de Alexandra (150-212 A.D.).
Dentre as citações que faz, 2.4000 são do Novo Testamento. Ele cita todos os
livros, com exceção de três.
Tertuliano (160-220 A.D.) foi presbítero
da igreja em Cartago, tendo citado mais de 7.000 vezes o Novo Testamento, das
quais 3.800 são citações dos Evangelhos.
Hipólito (170-235 A.D.) faz mais de 1.300
referências ao Novo Testamento.
Justino Mártir (133 A.D.) combateu o
herege Marcião.
Geisler e Nix acertadamente concluem
dizendo que, "a esta altura, um rápido apanhado estatístico mostrará a
existência de umas 32.000 citações do Novo Testamento feitas até a época do
concílio de Nicéia (325 A.D.). Essas 32.000 são apenas um número parcial, e nem
mesmo incluem os escritores do século quarto. Apenas acrescentando-se as
citações feitas por um outro escritor, Eusébio, que escreveu prolificamente num
período que vai até o concílio de Nicéia, teremos o total de citações do Novo
Testamento aumentando para mais de 36.000". 32/353,354
A todos esse ainda se pode acrescentar os
nomes de Agostinho, Amábio, Latâncio, Crisostomo, Jerônimo, Gaio Romano,
Atanásio, Ambrosósio de Milão, Cirilo, de Alexandria, Efraim o Sírio, Hilário
de Poitiers, Gregório de Nissa, etc.
Sobre as citações patrísticas do Novo
Testamento, Leo Jaganay escreve: "Dentro as volumosas obras de material
não publicado que o deão Burgon deixou ao morrer, destaca-se o índice de
citações do Novo Testamento, feitas pelos pais da igreja antiga. Consiste de
dezesseis espessos volumes que se encontram no Museu Britânico, e contém 86.489
citações". 44/48
CITAÇÕES PATRÍSTICAS DO NOVO TESTAMENTO
ESCRITOR
|
Evangelhos |
Atos |
Epístolas
Paulinas |
Epístolas
Gerais |
Apocalipse |
Total |
Justino Mártir |
268 |
10 |
43 |
6 |
3 266 alusões |
330 |
Irineu |
1.038 |
194 |
499
|
23 |
65 |
1.819 |
Clemente de
Alex. |
1.017 |
44 |
1.127 |
207 |
11 |
2.406 |
Orígenes |
9.231 |
349 |
7.778 |
399 |
165 |
17.992 |
Tertuliano |
3.822 |
502 |
2.609 |
120 |
205 |
7.258 |
Hipólito |
734 |
42 |
387 |
27 |
188 |
1.378 |
Eusébio |
3.258 |
211 |
1.592 |
88 |
27 |
5.176 |
Totais |
19.368 |
1.352 |
14.035 |
870 |
664 |
36.289 |
*14/357 |
1b. A
CREDIBILIDADE DOS MANUSCRITOS APOIADA PELOS LECIONÁRIOS
Essa é uma grandemente negligenciada, e,
no entanto, o segundo maior grupo de manuscritos gregos do Novo Testamento é o
dos lecionários.
Bruce Metzger explica a origem dos
lecionários: "Seguindo o costume das sinagogas, mediante o qual em todos
os sábados, por ocasião do culto religioso, liam-se trechos da lei e dos
profetas, a igreja Cristã adotou a prática de ler trechos do Novo Testamento
por ocasião dos cultos. Desenvolveu-se um sistema regular de lições dos
Evangelhos e das Epístolas, e surgiu o costume de prepará-las de acordo com uma
ordem fixa de domingos e outros dias santificados do ano cristão". 62/30
Em geral, os lecionários refletiam uma
atitude bem conservadora e utilizavam textos mais antigos. Isto os torna muito
valiosos na crítica textual. 62/31
CONCLUSÃO
Como foi estudado, o cânon surgiu para
que houvesse uma separação entre o certo e o errado. Pois não podemos viver-nos
indecisos? Não é verdade? Então a questão do cânon, que significa, regra de fé,
apareceu, surgiu, para que falasse não só a igreja, mais as pessoas, acerca de
que quias livros da Bíblia, das Santas Escrituras, foram realmente inspiradas,
feitos por uma autoridade divina. Mais não foi só isso não; para que tudo finalizasse
bem (em relação aos livros), a igreja
precisou de muita luta. Os pais da igreja (os lideres questionaram muito sobre
isso. Pois se podia dizer que um livro era canônico mediante alguns critérios,
como por exemplo: Foi preciso provar que tal livro possuía autoridade e era
dinâmico; como nós sabemos muito bem que a Bíblia tem o poder, autoridade de
salvar vidas.
Se ele era digno de confiança a aBíblia
fala mesmo a verdade? Podemos nós seguir-mos o que está escrito na Bíblia? Seus
ensinamentos (como o de Paulo) possuem
mesmo confiança? Enfim era preciso que fosse lido, guardado, usado e
principalmente aceito pelo povo.
Outra questão também que envolvia os
livros da Bíblia; foi aquestão do Novo Testamento. A onde foi preciso provar se
tal livro possuía inspiração e era apóstolico. Pois nós sabemos muito bem que a
maioria das cartas relacionadas a igreja foram escritos pelos apóstolos do
Senhor, que eram homens dotados pelo Espírito Santo; pelo qual eles foram
guiados a escrever somente a verdad. Então o que foi questionado foi o
seguinte: So se era considerado o livro (como as épistolas de Paulo aos
Hebreus), caso fosse provado que foi Paulo realmente que escrevera. Caso
contrário não era apóstolica, nem muito menos canônico.
Enfim até os políicos perseguirem a
igreja a respeito da canonicidade dos livros.
Vimos também o aparecimento, o
crescimento de outros livros daBíblia considerados como (apócrifos-falsos). Daí
surge a questão:”E os católicos? A onde ficam nessa história. Será que só os
cristões tem razão? Somente os livros da Bíblia deles falam a verdade? Mas é a
partir daí que surgiram as brigas; quanto mais a igreja católica afirmava que a
nossa Bíblia é que era falsa, mais surgiam-se os falsos livros. Mais tudo isso
resultou-se no seguinte: Até hoje os 66 livros constados na Bíblia dos
evangélicos é que são oficialmente oficializados como canônicos; e não os 7 a
mais da Bíblia dos católicos. Que por sinal em um dos seus livros apócrifos, o
próprio autor pede perdâo pelo que escreve.
Enfim resumidamente essas foram as
questões que envolveram a canoicidade dos livros. Sabendo-se que tanto como o
livro do Antigo como o do Novo são considerados até hoje como livros inspirados
e Sagrados por Deus. E que cabe a nós, seguidores e ouvintes da palavra,
dar-mos glória a Deus por por tudo que esses livros pôde e pode trazer a
nós.
BIBLIOGRAFIAS:
A
Bíblia Através dos Séculos - Antônio gilberto
Introdução
Bíblica - Norman Geisler
Enciclópedia
Bíblica
Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia - R. N Champlin, Ph.D
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